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Capital

Pacientes 'engolem' espera na rede particular de saúde por causa de conforto e comodidade

Ricardo Campos Jr. | 20/04/2011 14:43

Tratamento diferenciado serve como distração e ameniza problemas

Imagem de lotação na Clínica Campo Grande.
Imagem de lotação na Clínica Campo Grande.

Longas horas de espera não são apenas problema da rede pública de saúde. Tão comum quanto encontrar postos de saúde repletos de pessoas é flagrar a situação em clínicas e hospitais particulares em Campo Grande. Entretanto, para os clientes, a comodidade, tratamento diferenciado e conforto servem como distração e amenizam os problemas.

“Acaba sendo tudo a mesma coisa”, disse o acadêmico de história Diego Souto Maior Colina, 23 anos. Ele, acompanhado pela esposa, percorreu a cidade atrás de atendimento rápido para o filho. Passaram pelo hospital São Lucas e pela Clínica Campo Grande, que segundo ele estavam lotados.

Acabou no Pronto Med, clínica particular que fica junto à Santa Casa da Capital. O local estava deserto. Além dele, havia somente outro paciente aguardando no local.

O Campo Grande News percorreu vários hospitais, clínicas e também postos de saúde para fazer a comparação. Ainda no Centro, na Clínica Campo Grande, havia cerca de 15 pacientes, maioria idosos.

Um casal demorou aproximadamente 15 minutos para serem atendidos, tempo bastante inferior ao observado na rede pública. Os demais estavam no local há mais tempo, quase uma hora, mas já haviam sido atendidos e aguardavam somente o resultado dos exames feitos.

No hospital São Lucas a sala de espera estava cheia. “Mais tarde fica lotada”, disse um paciente que esperava por consulta para a filha.

Soraia de Jesus Sanaia foi levar o filho e aguardava há quase 1 hora e meia o atendimento. Ela conta que não tem plano de saúde, está desempregada, mas ainda assim preferiu pagar 100% do valor cobrado para ter melhor atendimento.

“Aqui tudo é melhor, mas tudo pago. É o preço que a gente paga para ser bem atendido. As pessoas têm mais educação”, disse.

Outra mãe, que não quis se identificar, considera a espera semelhante a da rede pública, mas concorda com Soraia com relação á qualidade. “A diferença daqui é que a gente demora para ser atendido, mas é bem tratado. São educados e a qualidade dos médicos é melhor. Mas a demora é a mesma”.

Em posto de saúde, cena de lotação é muito parecida.
Em posto de saúde, cena de lotação é muito parecida.

Inverso - O mecânico Sandro dos Santos teve um acidente de trabalho na segunda-feira e iniciou uma peregrinação em busca de atendimento. Durante o serviço um pedaço de ferro com diâmetro aproximadamente igual ai bico de uma caneta esferográfica perfurou e parte dele ficou alojada no dedo do trabalhador.

Ele reclamava e se contorcia de dores que se irradiavam pelo braço. Primeiro tentou a Santa Casa. Recebeu medicamentos para controlar a dor e orientação de ou retornar no fim da semana ou procurar um Posto de SAúde para a retirada do objeto.

Imediatamente ele foi no posto da Vila Almeida. “Estava lotado e não tinha médico", comenta.

Ele desistiu, voltou para casa e hoje a situação do dedo estava pior. Novamente não recebeu atendimento na Vila Almeida e foi parar no UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino. No local ele esperou cerca de 1 hora e 20 minutos para ser atendido.

Acompanhado pelo patrão, disse que o efeito do medicamento havia passado e a dor voltado. Por várias vezes tentou bater em portas fechadas para cobrar solução para os problemas dele.

Passadas várias horas, a tão esperada consulta. A ele, foi receitado um antiinflamatório para controlar o inchaço provocado pelo metal e foi dada orientação para retorno posterior.

"Na Vila Almeida não atende ninguém. No Coronel Antonino demorou um pouquinho, mas foi bom o atendimento", disse.

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