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Capital

Pacientes esperam por atendimento e alegam que médicos estavam vendo futebol

Viviane Oliveira | 27/04/2011 21:03

Reforço da Guarda Municipal chegou a ser pedido para garantir segurança dos profissionais no posto de saúde

Pacientes relatam o tempo da demora para receberem atendimento. (Foto: João Garrigó)
Pacientes relatam o tempo da demora para receberem atendimento. (Foto: João Garrigó)

Espera no atendimento e falta de médicos não é novidade nos postos de saúde da Capital. Nesta tarde, o Campo Grande News percorreu duas unidades de saúde, dos bairros Coronel Antonino e Vila Almeida. No primeiro local a reclamação era o tempo que levava para o atendimento. Os pacientes chegaram a falar que por causa de um jogo de futebol, semifinal da Liga dos Campeões, os médicos deixaram de trabalhar.

As pessoas que aguardavam por atendimento afirmaram que os médicos estavam assistindo a partida e que só começaram a atender quando a imprensa apareceu.

“Não existem médicos, você vê os corredores vazios. Sem ninguém. Deve estar vendo o jogo mesmo”, conta a dona-de-casa Lara Simões, 23 anos. Ela fala que está acompanhando um idoso que foi atendido pela manhã. “Colocaram uma sonda nele e mandaram de volta para casa. Daí ele engasgou, a sonda enrolou. E eu trouxe de volta. Agora está aí”, revela.

“Parece que a gente tem que morrer para ser atendido, eles falam que é uma ficha por dia, se você voltar passando mal, ninguém vai te examinar”, completa.

Os pacientes também disseram que o local parece não ter gerência. “Você entra, pergunta por quem comanda ali e não tem a resposta”, contam.

A mãe de Elias Carlos, 37 anos só foi atendida depois de desmaiar na recepção da unidade. “Ela estava muito fraca, e esperando desde 8 horas da manhã. Quando ela caiu é que foram dar atendimento”, comenta.

O tempo de espera fez com que os ânimos se exaltassem e o posto de saúde acionasse a Guarda Municipal. No momento em que o Campo Grande News passou pelo local, havia cinco guardar para reforçar a segurança.

No posto de saúde do bairro Vila Almeida a situação parecia estar tranquila, mas apenas dois médicos faziam o atendimento. (Foto: João Garrigó)
No posto de saúde do bairro Vila Almeida a situação parecia estar tranquila, mas apenas dois médicos faziam o atendimento. (Foto: João Garrigó)

Um paciente que não quis se identificar acredita que o problema seja bem maior que médicos, funcionários e enfermeiro. “Vem de cima, é coisa da prefeitura e do alto escalão”, afirma.

Dos quatro médicos previstos para comparecer a unidade, apenas três estavam de serviço.

A doméstica Aparecida Rodrigues da Silva, 43 anos conta ainda a peregrinação nos postos de saúde. “Minha filha está aí no carro com febre, dor de cabeça. Já levamos no Nova Bahia e lá não tinha médico. Manda a gente para cá, chega aqui não tem pediatra e agora?”, questiona.

Dentro da unidade de saúde tivemos a informação de que pacientes do posto de saúde do Vila Almeida estavam sendo “mandados” para a unidade e ainda que no Nova Bahia “não havia médico, como de costume”.

Já no posto de saúde do Vila Almeida, a fila de espera era para a especialidade de pediatria. A população ainda aguardava com tranquilidade. Enquanto a repórter do Campo Grande News perguntava do número de médicos atendendo durante a tarde no posto, uma mãe com um filho de colo se aproximou e disse que estava esperando desde às 13 horas, e o relógio já passava das 18 horas.

Na unidade dos cinco médicos previstos, apenas dois realizavam o atendimento.

Do lado de fora da unidade, a dona-de-casa Regina Faria, 41 anos, aguardava a sobrinha que recém havia chegado.

“Do Serradinho mandaram a gente para cá. Ela foi direto para sala de consulta, mas vai saber que horas ela sai daqui. Esses dias mesmo eu vim e fiquei sabendo que tinha só um médico. Resolvi voltar para trás”, diz.

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