ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Padrasto tenta matar garoto de 13 anos com corrente, espremedor e martelo

Edivaldo Bitencourt e Filipe Prado | 09/07/2014 16:05
"Armas" usadas pelo padrasto para tentar matar adolescente na Capital (Foto: Marcelo Victor)
"Armas" usadas pelo padrasto para tentar matar adolescente na Capital (Foto: Marcelo Victor)

Um homem foi preso acusado de tentar matar o enteado, um garoto de 13 anos, com martelo e corrente. O caso aconteceu na madrugada de hoje no Bairro Bosque do Carvalho, em Campo Grande. O menino foi salvo por uma vizinha e o padrasto foi detido após o Conselho Tutelar acionar a Polícia Civil.

Esta é a segunda vez que o adolescente é alvo da fúria do padrasto. Filho de uma gari, que passa a noite fora de casa, ele foi acordado por Micael Paulino Gomes, 39 anos, na madrugada sendo agredido por espremedor de alho.

Segundo a conselheira tutelar da região Norte, Vânia Nogueira, o menino conseguiu escapar. Revoltado, Paulinho pegou um martelo e tentou matá-lo ao acertar o objeto na sua cabeça. No entanto, por sorte, o martelo o atingiu de raspão e causou um corte. “Se tivesse acertado, tinha matado”, contou a conselheira.

Com o menino sangrando, o padrasto retirou uma corrente no portão e começou a agredi-lo. Havia sinais da corrente no pescoço e nas costas. O Conselho Tutelar Norte apurou que o adolescente conseguiu escapar da fúria do padrasto e pediu socorro para uma vizinha, que o encaminhou ao Centro Regional de Saúde do Bairro Nova Lima, na saída para Cuiabá.

Os funcionários do posto viram as agressões e acionaram o Conselho Tutelar. Vânia Nogueira acionou a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), que foi à residência e prendeu Micael Paulino Gomes. Ele foi preso em flagrante.

Ao delegado Paulo Lauretto, o padrasto contou que bateu no menino porque ele não quis ficar com o bebê de um ano. Ele ia buscar a mãe das crianças, que trabalha como gari na cooperativa de coleta seletiva do município.

Ele admitiu ter agredido ele com o martelinho para amassar alho e com a corrente. Negou ter jogado o martelo na cabeça.

Martelo só não matou menino porque o atingiu de raspão (Foto: Marcelo Victor)
Martelo só não matou menino porque o atingiu de raspão (Foto: Marcelo Victor)
Delegado prendeu autor e indiciou padrasto por tentativa de homicídio (Foto: Marcelo Victor)
Delegado prendeu autor e indiciou padrasto por tentativa de homicídio (Foto: Marcelo Victor)

Inicialmente, a mãe se revoltou com a atuação do Conselho Tutelar e defendeu o marido. Ela justificou que o filho “era danado”.

No entanto, mais tarde, sob risco de ser indiciado por acobertar as agressões, ela apresentou nova versão em depoimento à Polícia Civil. A mulher disse que era agredida e só não denunciou o marido porque sofria ameaças.
O delegado contou que vai indiciar o padrasto por tentativa de homicídio.

Histórico – Essa não foi a primeira agressão sofrida pelo garoto. Em 2012, o Conselho Tutelar foi acionado e o retirou da guarda da mãe. Na época, de acordo com Vânia, com 11 anos, o menino foi obrigado a passar a noite fora de casa e dormir na laje como castigo.

Na ocasião, ele foi encaminhado para o pai. No entanto, o homem, que cuida de uma horta, devolveu o garoto para a mãe e não avisou o conselho. O menino contou que o pai cuida de oito filhos, sendo quatro com sua mãe e outros quatro com outra mulher.

Com sinais das agressões, o garoto não corre risco de vida e está internado na Santa Casa da Capital, onde será submetido a exame de tomografia. Ainda hoje, ele será encaminhado ao IMOL (Instituto Médico e Odontológico Legal) para o exame de corpo delito.

Segundo Vânia Nogueira, o menino deve ir para um abrigo. Os conselheiros vão analisar a situação e ver se o entregam, de novo, ao pai.

Nos siga no Google Notícias