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Capital

Pai de garoto é principal suspeito de ser dono da arma que matou menina

Nadyenka Castro e Viviane Oliveira | 08/09/2011 16:32

Ele nega. Adolescente fala que comprou o revólver por R$ 20. Policia não acredita

Adolescente foi apreendido, confessou que atirou, mas diz que intenção era assustar a amiga.(Foto: Simão Nogueira)
Adolescente foi apreendido, confessou que atirou, mas diz que intenção era assustar a amiga.(Foto: Simão Nogueira)

A Polícia Civil suspeita que o pai do adolescente que matou Ana Carolina Alvicio dos Santos, 12 anos, na última terça-feira, em Campo Grande, seja o dono da arma. O homem nega e o garoto fala que comprou o revólver calibre 38 por R$ 20.

A delegada responsável pelas investigações, Maria de Lourdes Souza Cano, da Deaij(Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude) explica que a suspeita recai sobre o pai devido a uma série de quesitos, principalmente porque o garoto não tem características de adolescente infrator, demonstra não estar acostumado a manusear arma e não sabe quanto custa uma no 'mercado'.

Segundo Maria de Lourdes, o menino disse inicialmente que comprou o revólver por R$ 20 com pessoas do Zé Pereira, bairro onde mora e aonde aconteceu o crime. No entanto, ela, lida diariamente com infratores, afirma que “entre bandidos [a arma] jamais seria vendida por R$ 20. No mínimo R$ 100”, declara.

Além disso, fala a delegada, o adolescente não sabe manusear o revólver, não tem malícia como outros com histórico criminal e o revólver não tem numeração raspada, situação típica de armas de bandidos.

Sobre o fato, ele apresentou duas versões: a primeira é que Ana Carolina encontrou a arma e então houve o disparo e a segunda, a confirmada por testemunhas, de que foi ele mesmo quem atirou.

Ele, a vítima e outros adolescentes estavam na casa do menino, conversando. Ana Carolina e uma amiga, de 13 anos, foram até o quarto dele, viram algumas roupas e brincaram com ele sobre a situação.

Elas foram ao banheiro e para assusta-las, o garoto pegou o revólver calibre 38 com cinco munições no guarda-roupa do pai, deixou os projeteis na cama e esperou as amigas sair do banheiro.

Delegada mostra revólver calibre 38 usado no crime. (Foto: Simão Nogueira)
Delegada mostra revólver calibre 38 usado no crime. (Foto: Simão Nogueira)

A menina de 13 anos saiu primeiro. Ele apontou a arma e apertou o gatilho. O tiro não saiu. Ana Carolina saiu em seguida e o adolescente fez a mesma coisa, só que o resultado foi outro: houve o disparo e ela morreu no local.

Testemunhas disseram à Polícia que o garoto ficou desesperado e ainda tentou reanimá-la. A mãe de Ana Carolina falou que o adolescente gostava da garota.

O pai- Segundo a delegada Maria de Lourdes, o pai do adolescente é vigia, negou que seja dono da arma e falou que trabalha apenas com cassetete. Caso seja confirmado que o revólver seja dele, será indiciado por posse irregular de arma de fogo e omissão na cautela de arma de fogo.

O adolescente faz curso profissionalizante e o advogado da instituição, José Hamilton de Souza, trabalha no caso e declara que acredita que o disparo foi acidental.

O adolescente é ouvido novamente pela Polícia nesta tarde. Dessa vez, o depoimento é à delegada Maria de Lourdes. As primeiras declarações foram feitas aos policiais que atenderam inicialmente a ocorrência.

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