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Capital

Paraolimpíada de Equoterapia da PM reúne mais de 70 praticantes com deficiência

Luciana Brazil | 14/09/2013 13:36
Um dos adolescentes que praticam equoterapia no centro da PM durante a competição. (Foto:Marcos Ermínio)
Um dos adolescentes que praticam equoterapia no centro da PM durante a competição. (Foto:Marcos Ermínio)
Competidores ligados à federação também participaram do evento. (Foto:Cleber Gellio)
Competidores ligados à federação também participaram do evento. (Foto:Cleber Gellio)

À primeira vista, um campeonato de hipismo. Observado mais de perto, qualquer um percebe que há um significado ainda maior. Mais de 70 crianças e adolescentes portadores de deficiência física e mental participam hoje e amanhã, da 6° Edição da Paraolimpíada de Hipismo Adaptado, realizada pelo Centro de Equoterapia da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, na rua Hiroshima, no Parque dos Poderes, em Campo Grande.

Os praticantes da equoterapia estão inscritos em três categorias, “Esporte e Pré-Esporte”, “Hipoterapia” e “Educação e Reeducação”. Ainda haverá apresentações paralímpicas, com alunos que ainda têm dificuldade em se manter sozinhos no cavalo. Serão entregues medalhas e troféus aos ganhadores.

Ao todo, 120 crianças e adolescentes recebem tratamento no Centro de Equoterapia, mas nem todos os praticantes estão aptos a participar do campeonato. Alguns competem com obstáculos e outros fazem o percurso sem barreiras.

“Eles participam de acordo com a capacidade de cada um, dentro da sua categoria”, ressaltou a coordenadora do projeto de equoterapia da PM, major Neidy Centurião.

A utilização do método (equoterapia), segundo a soldado da PM, a fisioterapeuta Rosa Fermina Cardoso, resulta em melhorias significativas aos praticantes. “Nessa técnica, o cavalo é o terapeuta. Ele faz um movimento tridimensional com os quadris que proporciona equilíbrio e coordenação. Os benefícios são muitos, além da socialização das crianças”, explica ela, há 4 anos no centro.

Ainda conforme a terapeuta, os resultados são rápidos e positivos. “O movimento do cavalo é similar a caminhada humana. Então, quando a pessoas monta no cavalo, o cérebro recebe um estímulo que é enviado ao cérebro e que realiza novas conexões na parte onde esta afetada, e é isso que ajuda no tratamento e na melhora do praticante”.

Há 10 anos, o Centro de Equoterapia atende crianças de 2 a 17 anos, portadoras de deficiência física, mental, neurológica ou motora. “Além de conquistar a auto-estima, a equoterapia socializa o paciente”, disse a major Neidy.

Nos praticantes mais novos, a fisioterapeuta diz que os resultados positivos são observados rapidamente, em especial o equilíbrio. "Nos mais antigos, fazemos um estudo de caso e passamos a trabalhar outras áreas de estímulo, de acordo com as melhoras apresentadas", disse a soldado Rosa.

Etapa de Salto: Pela primeira vez a Paraolimpíada será realizada em integração com a 5° Etapa do Campeonato Metropolitano de Salto 2013, da Federação Sul-mato-grossense de Hipismo. São mais 85 cavaleiros e amazonas inscritos para competir em quatro categorias, três delas profissionais.

Com apoio do 20° Regimento de Cavalaria Blindado da Polícia Militar, a etapa tem participantes acima de 13 anos.
A intenção de unir as competições, segundo a coordenadora do centro é justamente integrar os portadores de deficiência aos competidores que não apresentam limitações.

Satisfação: Há oito anos o menino Bruno pratica equoterapia no centro da PM. As melhoras são acompanhadas de perto pela mãe. Hoje com 13 anos, o garoto apresenta melhoras significativas. “Percebemos uma melhora na parte motora, cognitiva e principalmente na auto-confiança dele”.

Hoje pela manhã, enquanto aguardava a sua hora de competir, o menino que nasceu com atraso mental e na fala, demonstrava alegria na companhia dos cavalos. "Passa a mão nele", dizia entusiasmado.

Bruno já ganhou uma égua que cuida com muito carinho. "Ele adora a Suzi", contou a mãe.

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