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Capital

“Peço oração para os meus três filhos”, diz mãe durante enterro

Paula Vitorino | 08/04/2012 16:52

Irmãos assassinados pelo irmão adotivo foram enterrados nesta tarde

Irmãos foram enterrados nesta tarde, nas Moreninhas. (Foto: Paula Vitorino)
Irmãos foram enterrados nesta tarde, nas Moreninhas. (Foto: Paula Vitorino)

Na despedida dos dois filhos assassinados pelo irmão adotivo, a mãe, Sônia Vilar, muito emocionada, disse não guardar raiva de ninguém e só pede orações, pelos três.

“Só peço que orem pelos meus filhos, os que estão no céu e o outro. É só o que resta agora”. Ela afirmou que não existe explicação para o que aconteceu e que, acima de tudo, continua sendo mãe, sendo assim, perdoa o filho que cometeu o assassinato dos irmãos.

“Ele é meu filho também. Não guardo raiva, continuo amando como mãe do mesmo jeito que sempre amei. Não tem explicação para o que aconteceu, ele era um menino normal, nunca se envolveu com drogas, sempre o acompanhávamos de perto”, frisa.

Os corpos de Rodrigo dos Santos Vilar, de 20 anos, e Walquiria dos Santos Vilar, de 22 anos, foram enterrados às 14h deste Domingo de Páscoa (8), no cemitério Nacional Parque, no bairro Moreninhas.

Os dois foram assassinados no sábado (7) pelo irmão adotivo de 16 anos, que se entregou à Polícia poucas horas depois e foi encaminhado a uma Unei (Unidade de Educacional de Internação).

A cerimônia de sepultamento também foi marcada pela comoção dos moradores do bairro. Por onde o cortejo passava no caminho até o cemitério, os moradores comentavam sobre a tragédia e lamentavam.

Dezenas de veículos e um ônibus com moradores da região participaram do cortejo. Antes do enterro, amigos, vizinhos rezaram e cantaram.

A moradora Helena Maria da Silva, de 60 anos, conta que todo o bairro acabou se unido por conta da tragédia. “A gente mora tudo perto, vimos as crianças crescerem”, diz.

Ela relata que a maneira como os irmãos morreram é o mais triste e também não sabe explicar o que pode ter acontecido. “Quando é um acidente, é um acidente, mas isso não tem como justificar”, afirma.

As vizinhas Edilene da Silva, de 47 anos, e Dayane Suipene, de 25 anos, contam que todos os moradores ficaram revoltados ao saber que o irmão matou os outros dois.

“A gente viu ele sendo criado com todo o amor, desde pequeno. É algo que revolta”, destaca.

Família - Os dois jovens foram encontrados mortos pelo pai, o policial aposentado Paulo Vilar, de 51 anos, logo após deixar a esposa no trabalho.

A chefe de Sônia há vários anos, Aurea Coelho Machado, de 69 anos, conta que ela estava atendendo uma cliente quando recebeu a notícia do marido e precisou ir embora amparada por uma outra cliente.

“Ela ia sair mais cedo nesse dia para comprar os ovos de páscoa para os filhos. Contou que tinha saído de casa, dado um beijo no filho mais novo e dito que ia voltar com os ovos. Os outros ainda estavam dormindo”, conta.

Aurea diz que Sônia era uma excelente mãe e sempre fazia de tudo pelos filhos. A ex-colega de trabalho de Paulo, a investigadora Maria de Campos, também lembra que os pais eram muito dedicados aos filhos.

“O Paulo está aposentado há pouco tempo e era muito dedicado a toda a família. Lembro de quando decidiram adotar o menino, sempre cuidando de todos os filhos”, diz.

A família adotou o adolescente de 16 anos logo depois que ele nasceu. Na mesma época, os pais perderam um filho, que tinha 7 anos após atropelamento no bairro das Moreninhas.

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