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Capital

Pedreiro confundido com estuprador tinha 2 filhas e tentava se converter

Graziela Rezende | 16/05/2014 12:08
Em velório, família buscava entender o que realmente ocorreu. Foto: Cleber Gellio
Em velório, família buscava entender o que realmente ocorreu. Foto: Cleber Gellio

Acusado de estupro e espancado até a morte, o pedreiro Hugo Neves Ferreira, 45 anos, deixa duas filhas de 8 e 12 anos. Há pouco tempo, ele ainda tentava se converter em uma igreja evangélica do Bairro Aero Rancho, região Sul de Campo Grande. Neste momento, parentes acompanham o velório da vítima, no templo que ele frequentava e se dizem indignados com a barbaridade.

“Meu filho morava nos fundos da minha casa, era casado há 14 anos e jamais fez esse tipo de coisa. O único problema que ele possuía era com o álcool. No dia dos fatos, ele tinha brigado com a esposa e pulou do muro para sair de casa, já que ela trancou o portão e não o deixou ir embora”, afirma o pai da vítima, Bruno de Oliveira Ferreira, 66 anos.

O pai conta que ouviu a discussão e pediu a eles para “pararem de escândalo”. Ele ainda estava aguardando um telefonema, de outro filho hospitalizado e que precisaria de uma cirurgia de apendicite, às pressas. “Assim que falei para acabarem com a discussão, eles ficaram em silêncio. Mas foi o instante em que meu filho pulou o muro e enganchou o short, inclusive ferindo a virilha neste momento”, explica o pai.

Sem roupas, o homem saiu pela rua e foi abordado por um grupo na esquina. “Eu recebi a ligação do hospital, dizendo que meu outro filho já tinha feito a cirurgia e eu precisava levar os documentos dele. Então estava preocupado com isso, sai com o carro até na contramão. Porém um amigo meu ligou em seguida falando que o Hugo estava todo machucado”, relembra o pai.

Próximo a rua de sua casa, ele disse que já viu muitas manchas de sangue. “Meu filho estava no seu quarto, porque meu amigo o salvou de não ser morto na rua. Eram dois homens muito violentos. Nós chamamos o Corpo de Bombeiros e a Polícia por volta das 21h de quarta-feira (14), sendo que neste momento Hugo ainda estava consciente”, diz o pai.

Encaminhado para a Santa Casa, Hugo não passou nem 24h no hospital. “Foi muita maldade o que fizeram com ele, nós queremos Justiça. Ele estava voltando a frequentar a igreja, embora a bebida o atrapalhasse um pouco. Mas jamais cometeu o crime que está sendo acusado. E o fato dele estar nú também não é motivo para ele ser morto desta maneira”, lamenta o pai.

Barbárie - Diarista em Corumbá, a 419 quilômetros da Capital, a mãe da vítima, Rosa Tassião Correa, 60 anos, qualificou o crime como “pura crueldade”. “Na semana passada eu estive com ele e há dois dias recebi uma ligação dizendo que ele estava em coma no hospital. Foi uma agressão injusta, de um monte de pessoas. Nada vai trazê-lo de volta, mas a prisão dos autores ameniza um pouco. Aqui ele era querido, sem inimizades, então não acho justo”, diz a mãe.

Colega da igreja, vizinho do bairro há cinco anos e com a mesma profissão da vítima, Alberto Pinto de Souza, 34 anos, garante conhecer a personalidade de Hugo. “Ele estava prestes a se tornar diácono e seu único problema era tomar pinga. E vivia tranquilo, sem ter problema algum no bairro”, finaliza Souza.

O caso de homicídio doloso é investigado pela 5ª Delegacia de Polícia. “A Polícia está na rua para localizar e identificar os possíveis suspeitos”, diz o delegado João Reis Belo. Qualquer denúncia pode ser feito pelo telefone (67) 3323 – 6700.

Pai diz que confusão com o filho foi muito injusta. Foto: Cleber Gellio
Pai diz que confusão com o filho foi muito injusta. Foto: Cleber Gellio
Abatida, mãe fala sobre crueldade dos autores. Foto: Cleber Gellio
Abatida, mãe fala sobre crueldade dos autores. Foto: Cleber Gellio
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