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Capital

Peritos vistoriam empresa e questionam funcionários sobre monocondução

Filipe Prado | 14/07/2014 18:28
Peritos vistoriam trens e entrevistam maquinistas (Foto: Marcelo Calazans)
Peritos vistoriam trens e entrevistam maquinistas (Foto: Marcelo Calazans)

Para avaliar a monocondução em Mato Grosso do Sul, peritos de São Paulo, enviados pela Justiça Federal, fizeram avaliações em sede da empresa ALL (América Latina Logística), em Campo Grande, e farão vistoria em trechos da via que passa pelo Estado. Há pelo menos 7 anos, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Mato Grosso do Sul e a ALL disputam na Justiça a polêmica implantação da monocondução de trens no Estado.

A vistoria começou por volta das 14h, onde os peritos, da 1ª Vara da 15ª região do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de Bauru, realizaram entrevistas com os maquinistas e auxiliares, além de periciarem os vagões, trilhos e locomotivas. Eles querem avaliar se a empresa oferece toda as condições para o trem circular com somente um maquinista, com o apoio de um maquinário.

“É um trabalho perverso”, relatou o coordenador geral do sindicato, Roberval Duarte. Ele ainda afirmou que a monocondução pode agravar os acidentes ferroviários no Estado. “São corriqueiros”, admitiu sobre os acidentes.

O diretor do sindicato, Evanildo da Silva, explicou que a tecnologia empregada pela empresa para a substituição do auxiliar, não funciona. “Eles querem colocar isso, pois é um investimento mais barato”, garantiu. A ALL é a única empresa do país que ainda não possui monocondução, de acordo com Evanildo.

Após a pericia na sede da ALL, os peritos se dirigiram até o Posto 903 e amanhã (15) farão uma vistoria até Água Clara, em setores que compõem o trecho por onde o trem percorre. A fiscalização deve terminar no final de agosto.

ALL – A empresa divulgou nota negando qualquer problema envolvendo a presença de apenas o maquinista nas cabines e nega que haja obrigação legal de haver duas pessoas na cabina da composição. “O sistema de Monocondução também é praticado por outras concessionárias de transporte ferroviário, não havendo registros que gere qualquer insegurança”, diz a nota.

Ainda conforme a ALL, outras decisões favoráveis à empresa já foram expedida por tribunais de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. “A aplicação de novas tecnologias em locomotivas, no desenvolvimento da frota e na reestruturação da via permanente permitem, junto com todos esses sistemas de segurança ferroviários utilizados de forma conjunta, a condução de locomotiva com apenas um maquinista”, afirma o texto.

Até abril do ano que vem, a concessionária pretende formar 150 maquinistas e 150 auxiliares.

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