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Capital

Perto de júri de Bruno, o sofrimento da mãe que não enterrou a filha

Mariana Lopes | 08/11/2012 16:07
Sônia tem ceteza de que a filha esté morta e lamenta por não ter enterrado Eliza (Foto: Rodrigo Pazinato)
Sônia tem ceteza de que a filha esté morta e lamenta por não ter enterrado Eliza (Foto: Rodrigo Pazinato)

Dois anos após a morte e desaparecimento de Eliza Samúdio e às vésperas do julgamento do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, acusado pelo assassinato, a mãe da jovem, Sônia de Fátima Moura, ainda sofre com o fato de não ter enterrado o corpo da filha.

A ex-namorada do jogador foi assassinada em junho de 2010, em Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado. Bruno vai a júri popular no próximo dia 19 de novembro, em Contagem, no interior de Minas Gerais, junto com mais seis réus envolvidos no caso.

Embora Sônia nunca tenha visto o corpo da filha e até pouco tempo atrás os advogados de defesa sustentarem a hipótese de que Eliza estivesse viva, o coração da mãe não carrega esperança. “Tenho certeza de que ela está morta”, desabafa.

Sônia, que na época morava em Anhanduí, distrito de Campo Grande, ficou com a guarda de Bruninho, fruto do relacionamento do casal. Hoje, ela, o neto, o marido e o irmão mais novo de Eliza moram na Capital. “Preferi me mudar para preservar o menino, até por medo. Ninguém sabe onde estou agora”, diz.

Ela recebeu a equipe de reportagem do Campo Grande News na casa dos sogros, em Anhanduí, e falou sobre os sentimentos em relação ao ex-goleiro, a saudade da filha e os planos para o neto.

Nesses dois anos, apesar de ter ficado com a guarda de Bruninho, Sônia afirma que nunca trocou sequer uma palavra com o pai do menino, só o viu algumas vezes de longe. “Tenho vontade de ficar cara a cara com ele, só nós dois”, conta a mãe de Eliza.

Aos 2 anos, Bruninho mostra a habilidade com a bola de futebol (Foto: Rodrigo Pazinato)
Aos 2 anos, Bruninho mostra a habilidade com a bola de futebol (Foto: Rodrigo Pazinato)

A raiva que transparece quando Sônia fala de Bruno, logo dá lugar à ternura assim que começa a lembrar da filha e encontrar semelhanças dela com o neto. “O Bruninho é canhoto igual a Eliza, também tem o gênio forte, desde pequeno é independente”, fala, enquanto olha o menino brincar na sala da casa.

Em meio a tantas semelhanças, a avó admite: “Ele é a cara do pai, mas os olhos são da Eliza”. A cara e a habilidade com a bola de futebol. Durante a entrevista, o menino, apesar da pouca idade, exibiu vários toques e mostrou que tem um chute forte com a esquerda.

Talento que não é muito bem visto por Sônia. “Ele joga bem, mas não incentivo”, comenta a avó. Com a estatura acima da média para a idade, Bruninho é uma criança bem ativa, carinhosa e alegre. “Ele é o nosso sorriso”, diz.

Sônia garante que Bruninho sabe que a mãe dele é a Eliza e que ela é a avó. Porém, a figura paterna par ao menino é a do marido de Sônia, que ela o ensinou a chamar de pai. “Quando ele estiver mais velho, entender melhor e quiser saber do pai, daí eu conto. Vai ficar por conta dele querer conhecer ou não”, pontua a avó.

De Bruno, o pai do menino, ela afirma que até hoje não recebe nenhum centavo de pensão. “Recebi foi muita crítica, das pessoas dizendo que eu queria ficar com meu neto por causa do dinheiro, mas eu cuido do Bruninho sozinha, sem ajuda alguma do pai dele”, declara Sônia.

Sônia diz que irá para Minas Gerais na próxima semana acompanhar o julgamento de Bruno e os outros acusados. “Acompanhei cada passo deste caso, agora só quero que a Justiça seja feita”, enfatiza a mãe de Eliza.

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