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Capital

Plantão policial de eleição tem mais de 60 ocorrências criminais

Dia de votação, que costuma ser calmo, teve de assassinatos a acidentes graves

Paula Maciulevicius | 07/10/2012 16:32
Uma das tentativas de homicídio do dia: esfaqueamento entre irmãos. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Uma das tentativas de homicídio do dia: esfaqueamento entre irmãos. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A calmaria percebida nas ruas durante a tarde deste domingo nem se compara à movimentação intensa das polícias Civil e Militar no plantão que antecedeu o dia das eleições.

Mesmo com a lei seca em vigor, impedindo a venda de bebidas alcoólicas das 3h da manhã até 19h de hoje, o que seria considerado tranquilo, por ser eleição, passou dos limites. Só de ontem para hoje foram registradas quase 60 ocorrências nas delegacias de pronto atendimento comunitário que atendem o plantão na região central e do bairro Piratininga. Entre elas nove flagrantes.

As ocorrências começaram ainda na noite deste sábado. Às 19h, um soldado da Polícia Militar foi baleado durante uma tentativa de assalto, no bairro Talismã. Rildo Andrade da Silva, 29 anos, estava em uma moto quando foi abordado por uma dupla que tentou levar o veículo. Ele teria reagido, o que fez com que os assaltantes o baleassem. Eles fugiram sem levar a motocicleta, mas acabaram assaltando outro rapaz no mesmo bairro.

Um pouco mais tarde, por volta das 20h, nas Moreninhas, um homem de 32 anos morreu e outro de 28 anos ficou ferido em um acidente de trânsito provocado por Thiago Gabriel Martins da Silva, 23 anos. De acordo com a Polícia, ele atropelou de propósito a moto onde estavam os dois homens, por vingança. Já que antes do acidente, o homem que morreu foi até a casa de Thiago e disparou três tiros contra o pai dele.

Carro que jovem conduzia quando dormiu ao volante e perdeu o controle. No posto de saúde, ele confirmou que havia bebido. (Foto: Pedro Peralta)
Carro que jovem conduzia quando dormiu ao volante e perdeu o controle. No posto de saúde, ele confirmou que havia bebido. (Foto: Pedro Peralta)

Joscelino Nunes de Oliveira, 32 anos, morreu na hora, Valdevy Lúcio da Silva Júnior, 28 anos, foi levado em estado grave para a Santa Casa. Os dois estavam em uma moto Titan, de cor verde, quando foram atingidos pelo Honda Civic, conduzido por Thiago. Os motivos do primeiro crime, o homicídio, estão sendo apurados pela Polícia.

Já no início deste domingo, um jovem de 22 anos capotou o carro que dirigia na avenida Ernesto Geisel. Israel da Silva perdeu o controle depois que dormiu ao volante. Ele bateu no meio-fio e no poste, até capotar. Aos enfermeiros que prestaram atendimento no posto de saúde do Guanandi, o jovem confirmou que havia bebido.

Também nesta manhã, Antônio Vicente da Silva, 41 anos, esfaqueou o irmão mais novo, Marcelo de Souza da Silva, 34. Os dois estavam em casa, no Jardim Seminário. A confusão entre os dois começou depois que eles ingeriram bebida alcoólica. Marcelo Souza levou três facadas: no ombro, braço e na altura das costelas e Antônio ficou com uma perfuração no rosto, um corte na altura do supercílio.

Para a delegada titular da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, Rozeman Rodrigues, o problema da lei seca é o de apenas proibir a venda. “Ela não proíbe que a pessoa tenha bebida em estoque e faça churrasco em casa e beba. Dificilmente consegue reduzir o número de embriaguez porque consumir em casa não está proibido”, comenta.

Em relação ao horário, a delegada também questiona a lei que neste ano estabeleceu o período das 3h da manhã até 19h de domingo. “Ainda que seja das 3h, quem consome tem um período ainda para se livrar do efeito do álcool. A conscientização é primordial”, afirma.

Um dos soldados da Polícia Militar que atendeu a ocorrência do esfaqueamento entre irmãos se mostrou surpreso pela intensidade no trabalho no dia em que deveriam, em tese, haver um maior número de crimes eleitorais.

“Esses dois por exemplo estavam bêbados e um deles era evadido do presídio”, disse.

Para o comandante geral da Polícia Militar no Estado, coronel Carlos Alberto David dos Santos, os casos, principalmente de homicídio, acontecem como consequência do excesso no consumo de bebida alcoólica.

“Acredito que desde ontem poderia não estar vendendo bebidas alcoólicas até a madrugada desta segunda. Isso acaba facilitando e tem que ser lei seca mesmo”, declarou.

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