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Capital

PM que matou mulher alega legítima defesa e responderá em liberdade

Viviane Oliveira e Julia Kaifanny | 19/10/2016 11:23
Advogado de defesa, (à esquerda) acompanhou o depoimento do policial nesta manhã, na Delegacia da Mulher. (Foto: Julia Kaifanny)
Advogado de defesa, (à esquerda) acompanhou o depoimento do policial nesta manhã, na Delegacia da Mulher. (Foto: Julia Kaifanny)
Kátia quando foi presa por tráfico de drogas, em 2014 (Foto: arquivo/Campo Grande News)
Kátia quando foi presa por tráfico de drogas, em 2014 (Foto: arquivo/Campo Grande News)

O policial militar da reserva, Valdecir Ferreira, 55 anos, confessou em depoimento que matou a tiros Kátia Campos Valejo, 35 anos, mas alegou legitima defesa. A informação é do advogado de defesa José Roberto Rodrigues da Rosa. O PM não quis falar com a imprensa. Ele foi liberado após prestar depoimento, nesta manhã na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Conforme o advogado, Valdecir contou que conheceu Kátia há cerca de três meses em uma conveniência, quando ficaram juntos pela primeira vez. De lá para cá, a mulher aparecia na casa do policial de vez em quando e os dois mantinham relação sexual, mas não tinham muito contato.

Na noite de domingo (16), a mulher foi novamente ao imóvel do policial, os dois tomaram cerveja e ficaram juntos. Em determinado momento, Valcecir relatou que tomava banho, quando Kátia apareceu nua no banheiro e, com um revólver calibre 38 em mãos, apontou para o PM e disse que queria dinheiro. A arma pertencia ao policial. 

“Ele, então, lutou com a mulher, segurou no tambor do revólver, tirou a arma da mão dela e fez os disparos. Meu cliente atirou na intenção de paralisá-la e não de matar”, diz o advogado de defesa. Valdecir afirmou que nunca pagou para manter relação com Kátia.

Depois de um tempo, como de costume uma das filhas do policial foi até a casa dele, mas encontrou o pai muito nervoso e não a deixou ficar no imóvel.

A filha foi embora e em seguida Valcecir apareceu na casa dela, entregou a arma e foi para a chácara do irmão dele que fica no município de Rochedo. Desconfiada da situação, a mulher voltou à residência do pai e como tinha a chave entrou, foi quando encontrou o corpo da vítima caído no banheiro. 

José Roberto relata que o cliente dele não acionou o socorro porque ficou muito nervoso com a situação e com vergonha das filhas. Segundo a delegada Fernanda Félix, responsável pelo caso, o policial foi ouvido e liberado porque passou o período de flagrante. Agora, a polícia vai ouvir testemunhas e aguardar os laudos periciais para confrontar com o depoimento de Valdecir.

“No corpo da vítima foram encontradas quatro perfurações, sendo três no tórax e uma na cabeça”, diz a autoridade policial. A arma, com duas munições deflagradas e quatro intactas, foi entregue a polícia por uma das filhas do PM.

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