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Capital

Polícia abriu inquérito para apurar morte de detenta do presídio feminino

Renan Nucci | 20/10/2014 15:35
Delegado da 2ª DP, Alexandre Amaral Evangelista disse que prioridade é descobrir as causas da morte de uma detenta. (Foto: Marcos Ermínio)
Delegado da 2ª DP, Alexandre Amaral Evangelista disse que prioridade é descobrir as causas da morte de uma detenta. (Foto: Marcos Ermínio)
Peritos acompanharam o trabalho da Polícia Civil no presídio feminino. (Foto: Marcos Ermínio)
Peritos acompanharam o trabalho da Polícia Civil no presídio feminino. (Foto: Marcos Ermínio)

A 2.ª Delegacia de Polícia de Campo Grande abriu inquérito para apurar a morte da detenta do presídio feminino Irmã Ima Zorzi, Leda Barbosa Loredo, 39 anos, registrada no início da manhã desta segunda-feira (20). O caso gerou rebelião e sete pessoas precisaram ser socorridas, três passaram mal e outras quatro se feriram. A Tropa de Choque da Polícia Militar foi acionada e conteve o tumulto.

Segundo o delegado Alexandre Amaral Evangelista, o objetivo é descobrir se a mulher veio a óbito dentro da cela ou a caminho da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Coronel Antonino, que fica ao lado da cadeia.

A polícia vai avaliar o histórico médico da vítima, as circunstâncias em que ela foi atendida e em que momento ela morreu. Evangelista ressalta ainda que, se for comprovado, por exemplo, que o motim interferiu no atendimento à Leda, as demais detentas podem responder.

“Vamos analisar todas as possibilidades. A hipótese principal é que a morte tenha resultado na rebelião, mas se por acaso for constatado que a rebelião atrapalhou no atendimento à vítima, as outras presas devem responder criminalmente. No entanto, ainda é cedo para fazer qualquer tipo de afirmação”, disse o delegado.

Por volta do meio-dia ele esteve no presídio acompanhado do delegado Weber Luciano Medeiros, titular da 2ª DP, investigadores e peritos. Ele ouviu as encarceradas e agentes penitenciários. “O objetivo foi colher informações que pudessem ajudar nas investigações. Uma mulher que seria uma suposta líder das presas, garantiu que o motim teve caráter de revolta (por causa da precariedade no atendimento)”, explicou.

Após descobrir as causa da morte, a polícia vai apurar outros crimes como dano ao patrimônio, já que o refeitório, o alojamento dos agentes e uma área médica foram invadidos e destruídos, e também motim. “O primeiro passo é o óbito. Depois vamos apurar os demais delitos e apontar seus responsáveis”, completou.

A morte – Segundo o diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Deusdete Oliveira, Leda já possuía quadro clínico agravado. Sofrendo com problemas renais, ela foi atendida no ambulatório do presídio na última sexta-feira, reclamando de fortes dores abdominais. Ela não melhorou e durante à noite foi levada para a UPA, onde foi tratada e em seguida voltou para a cela.

No sábado, não apresentou melhoras e foi encaminhada para a Santa Casa, ficando interada até domingo, quando foi liberada. Na manhã de hoje, houve a morte. “Temos equipe de ambulatório própria do estabelecimento de segunda a sexta, e aos fins de semana uma viatura da PM fica de prontidão para o transporte emergencial das detentas”, disse Deusdete, reforçando que não houve falha no atendimento por parte do sistema carcerário. “Todas as vezes que precisou, ela foi levada para uma unidade de saúde”, completou.

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