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Capital

Polícia indicia 5 por participação na briga em que PM matou 1 e feriu 4

Paula Vitorino | 11/01/2012 12:39

Familiares atingidos pelos tiros contestam a informação de que Mailson está foragido e dizem que PM iniciou briga

Carro de PM foi danificado durante confusão. (Foto: Simão Nogueira)
Carro de PM foi danificado durante confusão. (Foto: Simão Nogueira)

A Polícia Civil encerrou o inquérito sobre a confusão na madruga do dia 1º de janeiro em que o policial militar Samuel Araújo Lima matou uma pessoa e deixou outras quatro feridas, sendo todas as vítimas da mesma família.

O inquérito policial foi entregue na Justiça ontem e encaminhado para denúncia no Ministério Público. Cinco pessoas foram indiciadas por envolvimento na briga, que aconteceu no bairro Universitário.

Samuel, que foi preso em flagrante, foi indiciado por homicídio doloso e tentativa de homicídio. O advogado do PM, Ronaldo Franco, afirmou que irá aguardar até a próxima semana para analisar o inquérito e pedir a revogação da prisão preventiva de Samuel.

A irmã do PM, Sueili Araújo Lima, que é policial civil, pagou fiança e responderá em liberdade pelo crime de disparo de arma de fogo. O outro irmão do policial, Rodrigo Araújo Lima, que também é PM, assinou um termo de compromisso e responderá perante o Juizado Criminal Especial pelo crime de ameaça.

Já Marcio Pereira Soares e Mailson Pereira Meaurio, vulgo “Lyon”, foram indiciados pelos crimes de tentativa de homicídio e dano qualificado. Marcio está preso e Mailson é considerado foragido e teve a prisão preventiva representada pela Polícia Civil.

De acordo com a investigação, Marcio e Mailson são acusados de participar do início da confusão com o PM e de agredi-lo. A Polícia Civil apurou que o PM foi até o bairro para buscar a namorada e ao efetuar uma manobra de retorno na via pública desagradou um grupo de pessoas que estavam na rua, iniciando-se uma discussão que logo se transformou em agressão.

A investigação conclui que Samuel “passou a ser violentamente espancado” por Marcio e Mailson. Com isso, o PM teria se escondido em uma residência em frente e os dois rapazes tentaram invadir a casa.

Samuel ligou para a irmã, Sueili, que estava na casa dos pais ali próximo e pediu para ela ir ajudá-lo, levando consigo a arma. Ela chegou no local e disparou tiros para o alto na tentiva de dispersar a confusão, já que teria percebido que os agressores estavam tentando invadir a casa e danificando o carro de Samuel com pedaços de madeira.

O PM saiu da casa, pegou a arma da irmã, e saiu em perseguição aos agressores, entrando na residência de Wilson Meaurio, de 41 anos. Dentro da casa ele disparou diversos tiros contra as pessoas que ali estavam. Os tiros mataram Wilson e atingiram sua mulher, Ionar Marília Monteiro Pereira, de 37 anos, os dois filhos, de 15 e 10 anos, e um sobrinho de 15 anos.

Segundo o inquérito, após os disparos, Samuel acabou desmaiando e, logo em seguida, chegaram as forças policiais e o corpo de bombeiros, que socorreram os feridos.

Em meio a confusão no local, o irmão do PM, Rodrigo, chegou com arma de fogo em punho, bastante alterado, e ameaçando as pessoas que estavam na casa para saber quem tinha ferido o irmão. Ele foi contido pela guarnição da Polícia Militar que já estava no local.

Família - A mãe de Mailson, Ionar Marília, diz que o rapaz não está foragido. O advogado da família, Marcelo Lima, informou que ainda não teve acesso ao inquérito, mas que Mailson deve se apresentar a Polícia Civil. Ele também deve entrar com pedido de liberdade para Marcio.

Ionar questiona o fato de Mailson e Marcio serem indiciados por tentativa de homicídio. “Eles não ameaçaram ninguém de morte, só se envolveram na briga”, diz.

Ela ainda diz que os dois não foram responsáveis pelo início da briga e que o PM chegou quase atropelando as pessoas que estavam na rua e logo em seguida desceu alterado do carro, agredindo os rapazes.

Ionar e o filho de 10 anos aguardam o prontuário da Santa Casa e devem fazer o exame de corpo de delito na sexta-feira (13). O filho de 15 anos já fez o exame e o sobrinho está em Corumbá, onde mora e realizou o exame. Os resultados serão anexados ao inquérito.

Segundo ela, o sobrinho está sem movimento na perna em que recebeu o tiro e terá de fazer fisioterapia. Ionar diz que está andando com dificuldade por conta da cirurgia de retirada da bala e o seu filho de 10 anos está com a perna engessada.

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