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Capital

Polícia vai investigar como técnico morto conseguiu anestésico

Viviane Oliveira | 20/11/2012 18:35
O corpo de Éber foi velado na tarde ontem. (Foto: Minamar Júnior)
O corpo de Éber foi velado na tarde ontem. (Foto: Minamar Júnior)

A Polícia Civil vai investigar como o técnico em enfermagem Éber Lucas Pereira, 30 anos, encontrado morto em um banheiro da Santa Casa de Campo Grande na tarde do último domingo (18), conseguiu o medicamento que foi encontrado perto dele.

A suspeita é que o jovem morreu em consequência de ter injetado no corpo um analgésico potente, o fentanil. O remédio, de ação mais poderosa que a morfina, é de uso hospitalar normalmente usado após cirurgias.

De acordo com o delegado responsável pela investigação da 1ª delegacia, Miguel Said, amanhã vai começar ouvir as testemunhas para saber como o técnico em enfermagem tinha acesso ao analgésico. Tudo indica que ele morreu de overdose, porém só o laudo pericial vai comprovar.

No boletim consta que uma testemunha informou a Polícia que a Éber sofria de necrose óssea e por conta da doença, fazia uso do medicamento. Durante o velório na tarde de ontem (19) a família afirmou desconhecer que o rapaz fazia uso de qualquer tipo de medicamento, apesar de Éber mancar de uma perna e reclamar que sentia dores.

Conforme o diretor do CRF (Conselho Regional de Farmácia), Adam Macedo Adami, o analgésico é usado para dor intensa de uso restrito hospitalar.

O analgésico não é comercializado em farmácia e é distribuído diretamente em instituições hospitalares, principalmente para paciente que vai passar por cirurgia. Se o uso for constantemente o medicamento vai perdendo o efeito e pode causar dependência.

Ainda conforme ele, o analgésico é de uso controlado e restrito pela Vigilância Sanitária e se recomenda extrema cautela no uso. “Além do médico prescrever, a farmácia registra o consumo dele com o nome do paciente que recebeu a medicação”, explica.

O caso -Segundo a colega de trabalho Luciana Oliveira, no domingo (18) o técnico não apresentou nenhum comportamento fora do comum. Os colegas só perceberam que havia algo estranho depois que Éber demorou a voltar da segunda vez que havia se ausentado para ir ao banheiro.

Devido à demora, os colegas passaram a procurar pelas dependências do hospital. Ao chegar ao banheiro, percebeu que o cômodo estava fechado e tiveram que arrombar a porta depois de vários chamados sem retorno.

Éber estava sentado em uma privada. Ao lado do corpo, havia uma ampola de 10 miligramas do analgésico fentanil, uma seringa com sangue e uma toalha de papel. Os colegas ainda tentaram reanimar o técnico, mas ele acabou morrendo de parada cardiorrespiratória.

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