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Capital

Polícia vê guerra entre flanelinhas na disputa por território no Centro

Zana Zaidan e Kleber Clajus | 26/02/2014 20:44
Atuação dos flanelinhas é discutida para evitar violência e preços exorbitantes para estacionar em Campo Grande (Foto: Arquivo)
Atuação dos flanelinhas é discutida para evitar violência e preços exorbitantes para estacionar em Campo Grande (Foto: Arquivo)

A Polícia Civil afirma que existe uma guerra entre flanelinhas nas ruas de Campo Grande. Determinados locais são apontados como os preferidos dos guardadores de carros e, na disputa de território, quem paga é o motorista, que fica a mercê dos flanelinhas para poder estacionar o carro.

É o caso da igreja Perpétuo Socorro, no bairro Amambaí. Conforme o titular da Delegacia Especializada de Ordem e Política Social, Marcos Takeshita, nas quartas-feiras dia de Novena, flanelinhas conseguem lucrar até R$ 300. “A briga é acontece nestes locais com grande concentração de pessoas, cujo movimento tem data e hora certa”, disse o delegado durante audiência pública realizada na noite de hoje (26), na Câmara Municipal, para debater a regulamentação da profissão.

Há uma pressão de diversos segmentos do comércio local e da Polícia para que a prefeitura estabeleça regras para atuação dos flanelinhas, a fim de evitar a disputa por determinadas áreas e, principalmente, a cobrança de preços exorbitantes para estacionar em via pública.

Para o presidente do Conselho de Segurança da Área Central, Adelaido Luiz Spinosa a lei federal que regulamenta a atividade, criada em 1975, está ultrapassada. “Vem da época da Ditadura Militar, e mostra os gargalos da segurança pública. Não é certo pagar para ter o carro vigiado e se sentir seguro”, opinou.

O superintendente estadual do Ministério do Trabalho, Anizio Pereira Tiago, ponderou que apesar de a lei existir, ela não determina ou institui o treinamento desses flanelinhas para atuar nas ruas. “A lei autoriza o Ministério do Trabalho a fazer o registro do guardador, mas só o fato de credenciá-lo não quer dizer que é um profissional. A lei está desconectada da nossa realidade”, considera. A solução, aponta ele, seria os trabalhadores criarem uma cooperativa.

O representante da Fecomércio/MS (Federação do Comércio), Fernando Camilo, lembrou ainda da necessidade de ouvir os empresários quanto a regulamentação da atividade pela prefeitura. “Pode gerar conflito com os proprietários de estacionamentos particulares”, alertou.

Participam do debate entidades representativas do comércio, as polícias Civil e Militar, além do Ministério Público do Trabalho, Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), SAS (Secretaria de Assistência Social) e Agetran (Agência Municipal de Trânsito). A audiência pública foi proposta pela vereadora Carla Stephanini (PMDB) e convocada pela Comissão Permanente de Segurança da Câmara.

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