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Capital

Policial aposentado se escondeu no Paraguai depois de matar comerciante

Ângela Kempfer e Renan Nucci | 26/03/2015 11:30
Faixa da família da vítima, questionando doença de assassino.
Faixa da família da vítima, questionando doença de assassino.

O policial civil aposentado, Carlos Roberto Cerqueira, de 56 anos, estava escondido no Paraguai, para onde fugiu depois de assassinar o comerciante Rodrigo Rech, há um ano. Desde então, os responsáveis pelo caso garantem que continuaram com a investigação e conseguiram, inclusive, quebras de sigilos telefônico e bancário do acusado.

Mas Carlos Cerqueira se entregou por conta própria, por se sentir “acuado”, segundo a polícia. A entrada da Interpol no caso teria sido determinante para a decisão dele. Ontem, por volta das 8h30, Carlos foi até a delegacia, acompanhado pelo advogado, e se apresentou.

Na manhã desta quinta-feira, o delegado Alexandre Amaral Evangelista, da 2ª DP falou sobre o desfecho aos jornalistas, em coletiva que também teve a presença de parentes da vítima, ainda visivelmente indignados com o crime.

O assassino disse que ficou escondido em uma comunidade perto de Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu (PR). Assim que se apresentou, foi levado ao Presídio de Trânsito, no Complexo Penitenciário de Campo Grande.

Carlos fugiu no dia do crime, auxiliado por um dos filhos. Com a quebra dos sigilos bancário e telefônico, começou a ser traçado o mapa da fuga. Primeiro, a movimentação bancária mostrou que o cartão de aposentadoria de Carlos era usado em Cuiabá (MT).

Com o apoio do Garras e do Gaeco do Mato Grosso, mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa de um dos filhos do acusado, mas os policiais encontraram apenas documentos no local.

No fim do ano passado, ligações internacionais para a família mostraram que Carlos Cerqueira estava no Paraguai, momento em que foi solicitado o auxílio da Interpol nas investigações.

Carlos Cerqueira era investigador e foi afastado há anos da Polícia Civil por esquizofrenia. A defesa usa a doença como justificativa para o crime. Em depoimento, Carlos disse que "ficou cego" durante discussão e atirou pensando que o vizinho estava armado.

Agora, o delegado analisa perícia sobre a saúde mental do assassino, apresentada quando Carlos pediu aposentadoria. Segundo Alexandre Amaral, pensão foi concedida, mas depois ele não apareceu mais para as avaliações periódicas no MSPrev, órgão responsável pelo beneficio quando envolve servidor público estadual.

O policial aposentado será indiciado por homicídio qualificado, por ter dificultado a defesa da vítima

Dia da morte - O crime ocorreu no dia 24 de março de 2014. Os dois era vizinhos e há tempos havia uma rixa entre as família, que gerou mais de 30 boletins de ocorrência de ambas as partes, por ameaça e calúnia.

Como as discussões eram frequentes, Rodrigo resolveu subir o muro que dividia as casas, o que provocou a ira de Carlos Cerqueira. Em uma das brigas, Carlos encontrou Rodrigo na rua e atirou 4 vezes, matando o vizinho. Tudo foi registrado por câmeras de segurança.

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