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Capital

Por dinheiro para comprar droga, idosa é espancada pelo sobrinho

Paula Maciulevicius | 05/09/2012 12:14

Quem via a pequena senhora de óculos e o cabelo grisalho amarrado em um coque, ficou sensibilizado pelas marcas no rosto e nos braços

Vizinho que levou idosa à Polícia retrata aos jornalistas o que aconteceu. Ele também já foi vítima de furto do jovem, que pega o que vê para trocar por droga. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Vizinho que levou idosa à Polícia retrata aos jornalistas o que aconteceu. Ele também já foi vítima de furto do jovem, que pega o que vê para trocar por droga. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A violência chegou ao extremo. Movido pela droga, um jovem de 26 anos espancou a tia, uma senhora que com o semblante de hoje, aparentava ter bem mais do que os 59 anos de idade.

A família não quis falar com a imprensa. A violência na rua já é triste, mas dentro de casa é ainda pior, uma tragédia. O filho diz que esse foi o ápice. Ela nunca tinha sofrido nenhuma agressão.

Quem via a pequena senhora de óculos e o cabelo grisalho amarrado em um coque, ficou sensibilizado pelas marcas no rosto e nos braços. Os olhos de tristeza e uma toalhinha ao alcance da mão enxugavam as lágrimas que caíam. Tudo uma lamentável consequência da droga.

Dependente químico, o sobrinho entrou na madrugada desta quarta-feira na casa da tia. Procurava alucinadamente por dinheiro, foi surpreendido pela idosa e o desfecho foi todo o roxo que cobria a face da mulher. Com um dos lados ainda inchado, ela pedia pelo amor de Deus para não aparecer na televisão. O motivo? Medo de sofrer novamente pelas mãos de quem viu crescer. Uma família inteira de mãos atadas para a droga e suas vítimas.

O fato se deu na Vila Jacy, em uma vila de cinco casas. Hoje pela manhã, acompanhada do filho, a idosa foi levada à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Piratininga, pelo vizinho, para registrar o caso.

O amigo viu o autor da agressão crescer. “Era amigo do meu filho, eu vi crescer, foram as amizades”, diz. Ele também foi vítima da incessante busca do jovem pelo que visse pela frente para trocar por droga. Da casa dele já foram levados aparelhos de som, celulares e videogame. Tudo trocado para sustentar o vício.

“Estavam todos dormindo, ninguém viu e nem ouviu nada”, completa.

Para a Polícia, ela relatou com sofrimento que o sobrinho chegou pedindo por dinheiro. As marcas provocadas pelos socos do sobrinho deixou até a própria polícia arrepiada.

“Ela dizia que não tinha”, disse um dos investigadores. A Polícia Militar chegou a ser acionada, mas não localizou o jovem, que fugiu deixando na própria tia as feridas de um vício.

“Acredito que ele tenha feito para castigar, porque da última vez que ele pegou, ela registrou boletim de ocorrência”, explicava o vizinho. Em uma das situações de furto, a senhora procurou a Polícia e deu queixa do sobrinho.

Com passos lentos, nem tanto pela idade, mas mais pelos ferimentos, ela iria até o Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) para fazer o exame de corpo de delito. Mais uma vítima e refém da droga.

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