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Capital

Postos de saúde lotam com excessos de fim de ano e epidemia de dengue

Alan Diógenes | 28/12/2015 18:35
Usuários esperam horas na fila para receberem atendimento médico. (Foto: Marcos Ermínio)
Usuários esperam horas na fila para receberem atendimento médico. (Foto: Marcos Ermínio)
Com suspeito de dengue, Nayara se apoia no marido sentindo fortes dores no corpo. (Foto: Marcos Ermínio)
Com suspeito de dengue, Nayara se apoia no marido sentindo fortes dores no corpo. (Foto: Marcos Ermínio)

Usuários lotam as unidades de saúde neste fim de ano, devido ao excesso de alimentação e de bebidas alcoólicas nas festas, além de haver a demanda de pacientes com suspeita de dengue, diante da epidemia instalada na cidade. Nesta segunda-feira (28), algumas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) estavam com filas de pacientes.

Em alguns locais, como na UPA Vila Almeida, a demanda era tão alta que as pessoas precisaram fazer fila apenas para fazer a ficha na recepção. “São mais de 50 pessoas, entre elas crianças e idosos, esperando para ter atendimento médico. Ouvi dizer que só aqui que tem pediatra, por isso que está lotado”, destacou o motorista Fernando Ribeiro Júnior, 32 anos, que levou o sobrinho para ser atendido.

Já a dona de casa Fátima Ramalho Nunes, 36, foi levar a filha estudante Sabrina Ramalho, 15, que estava com suspeita de dengue. A adolescente chegou com a mãe às 11h na UPA e só conseguiu atendimento às 15h30. “Ela fez só o exame de sangue para testar se é dengue e teremos que retornar amanhã para pegar o resultado”, comentou.

A jovem estava sentindo dores na cabeça e no corpo desde a madrugada. Ela reclamou da demora no atendimento e da sujeira encontrada no interior da unidade de saúde. “Cheiro forte de urina e encontrei até sangue no chão. Sem falar que falaram que têm três médicos atendendo, mas para mim é um só, que reveza com outro em trocas para intervalo”, destacou.

A situação foi confirmada pelo autônomo Claudinei Pereira da Silva, 39. “A demanda aumentou por causa do final de ano e não existe situação pior que essa. Está tudo sujo e o mau cheiro é forte. A demora também incomoda os pacientes e já vi muita gente indo embora”, apontou.

Apesar de chegar na unidade com fortes dores no peito, o técnico em instalação elétrica aguardou atendimento do lado de fora. Ele não conseguiu ficar no interior da UPA por conta do forte calor. “Não dá para ficar lá dentro porque eu não consigo nem respirar. Já estou me preparando para passar uma maratona aqui até ser atendido”, salientou.

Na UPA do Bairro Coronel Antonino a cena se repete. Na sala de espera mais de 60 pessoas aguardavam atendimento. O vidraceiro Luiz Ricardo, 28, levou a esposa Nayara Soares Prado, 19, que já tinha confirmação de dengue.

“Viemos ontem e ela fez o exame para saber se é dengue. Hoje viemos pegar o resultado e deu positivo, daí o médico pediu um novo exame para confirmar. Ela tomou soro e dipirona e agora foi liberada para aguardar o novo resultado”, informou Luiz enquanto apoiava a esposa nos ombros.

Aline levou mãe e irmão com suspeita de dengue até UPA. (Foto: Marcos Ermínio)
Aline levou mãe e irmão com suspeita de dengue até UPA. (Foto: Marcos Ermínio)
Fátima levou a filha com suspeita de dengue e reclamou da sujeira em unidade de saúde. (Foto: Marcos Ermínio)
Fátima levou a filha com suspeita de dengue e reclamou da sujeira em unidade de saúde. (Foto: Marcos Ermínio)

Na mesma unidade de saúde, a equipe de reportagem encontrou a dona de casa Aline Pereira, 25, com uma criança no colo. Ele levou a mãe de 47 e o irmão de 8 anos com suspeita de dengue. “Acabei de chegar, mas o caos que está com certeza teremos que esperar mais de 3h”, afirmou.

A UBS (Unidade Básica de Saúde) do Nova Bahia também tinha grande demande de pacientes. A dona de casa Elaine Santana, 36, foi se consultar junto com o filho de 13 anos. Os dois apresentaram sintomas de dengue e também reclamaram da demora no atendimento.

“Disseram que iriam nos deixar na lista de prioridade, mas essa lista tem 20 pessoas em nossa frente. Estamos fracos, com muita dor de cabeça e dor no corpo, não podemos esperar muito”, lamentou Elaine.

A administradora Vanessa Ferreira Martins, 32, levou a tia na mesma UBS, no sábado (26), com suspeita de ter contraído chikungunya. Nesta segunda-feira ela retornou com a tia à unidade de saúde mas não conseguiu atendimento.

“No sábado não tinha como eles fazerem o exame de testagem, então pagamos o exame por fora. Hoje fomos levar o resultado para o médico analisar e ela teve que passar novamente pelo processo de triagem”, finalizou. Sem conseguir atendimento, ambas deixaram a UBS depois de seis horas.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou que a demanda de pacientes aumentou muito no final do ano por causa das festas, onde a população abusa da alimentação e de bebidas alcoólicas. Segundo a secretaria, do período do dia 1º de dezembro até este domingo (27), foram atendidos 32 mil pacientes na UPA Vila Almeida.

Já na UPA Universitário, no mesmo período foram atendidos 27 mil usuários. A secretaria não informou o número de pacientes atendidos na UPA Coronel Antonino e UBS Nova Bahia. Em relação ao que pode ser feito sobre a demora no atendimento, nenhum posicionamento foi enviado pela secretaria até a publicação desta matéria.

Parentes e familiares ficam sem saber o que fazer diante da superlotação em postos de saúde. (Foto: Marcos Ermínio)
Parentes e familiares ficam sem saber o que fazer diante da superlotação em postos de saúde. (Foto: Marcos Ermínio)
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