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Capital

Prefeitura busca empréstimos para instalar "big brother" em três vias

Zana Zaidan e Aline dos Santos | 26/10/2013 08:47

A Prefeitura de Campo Grande busca dinheiro para revitalizar e colocar videomonitoramento em três vias: rua 14 de Julho e avenidas Ernesto Geisel e Calógeras. Os projetos, ainda sem definição de custos, também preveem obras de acessibilidade, iluminação e sinalização.

Segundo o diretor-presidente da Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano), Valter Cortez, as fontes de financiamento podem ser o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) ou o Ministério das Cidades, por meio do PAC (Plano de Aceleração de Crescimento).

No caso da rua 14 de Julho, uma das possibilidades é solicitar recursos ao Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), porque parte da via fica nas imediações da Esplanada Ferroviária, que foi tombada como patrimônio.

Na Calógeras, a área prioritária vai da Mato Grosso até a Fernando Correa da Costa. “Nós estamos fazendo os projetos básicos”, afirma Cortez. Na avenida Ernesto Geisel, a primeira etapa também vai da Mato Grosso até a Fernando Correa da Costa. “Depois, chega até a Salgado Filho. Em seguida, faz o sentido inverso até a Mascarenhas de Moraes”, afirma.

Já a outra ponta da avenida, no sentido ao bairro Aero Rancho, deve ser recuperada com outra fonte de recurso. Bastante degradada, as margens do rio Anhanduí sofre com o processo erosivo que, gradual e constantemente, “engole” o asfalto.

A vigilância eletrônica será por questão de segurança, mas todo o projeto pretende fomentar a utilização da região central, principalmente no período noturno. “À noite, essa parte da cidade tem baixa solicitação”, afirma.

Em caso de empréstimo internacional, o caminho até a liberação do recurso é longo, passando por várias fases de aprovação, incluindo aval do Congresso Nacional.

Quando escurece, ruas mal iluminadas e desertas favorecem ação de bandidos no centro (Foto: Cléber Gellio)
Quando escurece, ruas mal iluminadas e desertas favorecem ação de bandidos no centro (Foto: Cléber Gellio)

Comerciantes apoiam projeto - O projeto tem total apoio dos comerciantes dos trechos a serem contemplados. O consenso é que depois que escurece, as ruas do centro são tomadas de usuários de drogas que fazem pequenos assaltos para sustentar o vício, traficantes e prostitutas. O fato de ser pouco iluminado e sem movimento (à noite) também são apontados como motivos que favorecem a insegurança.

Além de que passa pela região esporadicamente, os lojistas e funcionários que percorrem trajetos trabalho – ponto de ônibus consideram que se arriscam diariamente, e as câmeras reprimiriam a ação de bandidos.

“Fica cheio de ‘maconheirinhos’ rodando por aqui. Direto a gente ouve que levaram um celular, uma bolsa. A Polícia até passa, eles somem por um tempo, mas passam 10, 15 dias, voltam de novo”, conta o funcionário de uma pensão que funciona há mais de 50 anos na avenida Calógeras.

“São os mesmos rostos, todos os dias. Se tivessem câmeras, seria muito fácil de filmar um flagrante e conseguir prender essas pessoas de vez”, acrescenta o funcionário, que não quis se identificar porque, segundo dele, “a turma” o conhece e poderia repreendê-lo por causa das declarações.

Em um dos postos de combustível mais antigos da Capital, também na Calógeras, esquina com a Maracaju, a solução foi contratar um sistema de videomonitoramento por conta própria. “Antes, um guarda particular ficava aqui a noite, mas ele estava muito vulnerável”, explica o gerente José Carlos Rodrigues. Além de quatro câmeras, a empresa viu a necessidade de providenciar alarmes e grades móveis, colocadas após o fim do expediente, às 21hs. Tudo para evitar furtos e arrombamentos da loja. “Depois que colocamos, ficou uma sensação de mais segurança para trabalhar”, afirma.

O comerciante Karin é um dos apoiam a instalação de câmeras para trazer mais segurança para quem trabalha ou passa pelo centro à noite (Foto: Cléber Gellio)
O comerciante Karin é um dos apoiam a instalação de câmeras para trazer mais segurança para quem trabalha ou passa pelo centro à noite (Foto: Cléber Gellio)

As imagens do circuito interno do posto, inclusive, já foram solicitadas pela Polícia para tentar identificar um grupo que assaltou uma agência bancária. “Pelo que eu soube, não ajudou muito porque as câmeras pegam mais a parte de dentro do posto. Só com isso já dá para ver como seria bom se já tivessem os equipamentos na rua”, opina o gerente.

Outro problema é o alto custo que a instalação de um circuito de videomonitoramento teria para pequenos comerciantes. Para um estabelecimento como um posto de gasolina, o valor cobrado gira em torno de R$ 500, segundo Rodrigues.

“Seria ótimo ter uma câmera na porta da loja, mas não tem condições de pagar, já são muitos custos para manter uma loja. As funcionárias e eu mesmo saímos olhando para os lados, com medo de acontecer alguma coisa”, comenta o dono de uma loja de calçados que funciona há 25 anos, Karin Obeid. “Espero que a prefeitura siga com esse projeto, ficaria muito bom para nós e todo mundo se sentiria mais seguro”, acrescenta Obeid.

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