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Capital

Prefeitura cortará “plantões eventuais”, que já são rotina por falta de médicos

Kleber Clajus | 30/03/2015 14:55
Wilson do Prado, titular da Semad, disse que ajustes pretendem corrigir distorções (Foto: Marcos Ermínio)
Wilson do Prado, titular da Semad, disse que ajustes pretendem corrigir distorções (Foto: Marcos Ermínio)

Os cortes promovidos pela Prefeitura de Campo Grande vão reduzir os chamados “plantões eventuais”,  realizados por profissionais de saúde como "extra", segundo informa a administração municipal. Já em vigor a medida não precisa ser publicada em decreto por se tratar de prerrogativa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que promove ainda ajustes na escala de enfermeiros e médicos.

O superintendente de saúde, Virgílio Gonçalves, explicou que as alterações são decorrentes de “excesso de plantões sem produtividade”, considerando atendimento médico de 15 a 30 pacientes por plantão. Ele ainda pontuou que profissionais da madrugada devem ser remanejados para reforçar equipes em horários de maior demanda durante o dia, bem como dar continuidade aos trabalhos durante intervalos de troca de turno.

Wilson do Prado, titular da Semad (Secretaria Municipal de Administração), estima que R$ 3,5 milhões serão economizados com “ajustes nos plantões eventuais”, além de se corrigir distorções em que profissionais realizam longas jornadas e correm risco de não cumprir efetivamente sua carga horária.

Ao exemplificar, o secretário cita existência de normativa que limita a 14 o número de plantões para enfermeiros e médicos, mediante vínculo com unidade de saúde. “No caso de um enfermeiro que faz 40 horas no posto e mais 14 plantões, significa que dia sim e dia não fica 20 horas no trabalho. Como vai ter saúde? Por isso, estamos readequando os excessos”.

Dentro do reordenamento das escalas, médicos que porventura não sejam listados poderão ser mantidos de sobreaviso e, com isso, plantões reduzidos de 12 para 6 horas.

Na saúde, ao menos R$ 2 milhões já estariam sendo economizados em gastos com pessoal desde 6 de janeiro. Wilson Prado ainda pontuou que as mudanças, que já estão em vigor, são realizadas “sem prejudicar o atendimento a população”. Medidas de contingenciamento também estariam disponíveis para acionamento em caso de surtos de dengue, febre Chikungunya e doenças comuns no período de inverno.

Outro lado - Para o presidente do Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Valdir Shigueiro Siroma, a existência dos plantões eventuais aponta, justamente, para deficiência na composição das equipes de trabalho nas unidades de saúde ou falha do gestor em distribuí-las.

“O sindicato quer que as equipes dos plantões sejam completas para dar atendimento digno. As equipes não estão completas, por isso ocorrem os plantões eventuais. Sobreposição de carga de trabalho e excedente cabe ao gestor resolver”.

Valdir ainda complementa que saída de profissionais do sistema de saúde pode vir a ocorrer. Mas não só por conta dos ajustes, mas sim pelas condições de trabalho, falta de segurança e baixa remuneração da categoria. O salário-base seria de R$ 2.580 e remuneração por plantões de 12 horas de aproximadamente R$ 778.

Estima-se que a rede municipal possua 1,4 mil médicos com média de atendimento de 100 mil pessoas por mês.

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