ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Capital

Prefeitura estuda implantar cartão de acesso para pais em escolas da Capital

Jorge Almoas | 15/04/2011 15:43

Medidas foram apresentadas em palestra da Guarda Municipal

Prefeitura estuda implantar cartão de acesso para pais em escolas da Capital

A Prefeitura de Campo Grande pode implantar o uso de cartões de identificação para pais de alunos da rede municipal de ensino. A medida foi discutida nesta sexta-feira em palestra da Guarda Municipal, onde foram alinhadas atividades de segurança e prevenção à violência nas escolas da Capital.

De acordo com a Guarda Municipal, o projeto dos cartões de identificação ainda está em fase de elaboração e aguarda a colaboração de outros setores da sociedade, como Educação e o próprio poder público.

Pelo projeto, cada pai ou responsável pelo aluno receberia um cartão de identificação, com informações sobre o estudante, o que possibilitaria melhor controle da entrada e saída de pessoas nas escolas.

“A Guarda Municipal dá suporte na segurança dos alunos e tem uma parcela muito grande de responsabilidade no trabalho com a comunidade”, destacou o prefeito Nelson Trad Filho, que fez a abertura do evento.

O prefeito acrescentou que Campo Grande conta com 93 escolas e 96 Ceinfs (Centro de Educação Infantil), com uma população de aproximadamente 100 mil crianças e adolescentes. “É quase a população de Dourados”, disse Nelsinho, afirmando que, ao deixar a criança na escola, a Guarda Municipal passa a atuar na segurança da família.

Para o comandante da Guarda Municipal, Ten. Cel Paulo César Monteiro Ayres, a atuação dos agentes é na prevenção. “Antes preparar nossos homens para evitar a violência do que ter que consolar as vítimas”, afirmou.

Outra medida anunciada pela Guarda Municipal será a triagem de pessoas, com técnicas de conversação, observação e abordagem, para identificar possíveis vândalos ou pessoas suspeitas, evitando situações como a tragédia de Realengo, no Rio de Janeiro, onde 12 crianças foram mortas por um ex-aluno no último dia 7.

“Um dos esclarecimentos que deve ser feito é que o guarda municipal não é inspetor de aluno. O guarda realiza trabalho de prevenção de crimes, e o inspetor atua na organização da escola. São tarefas muito importantes, mas distintas”, esclarece Capitão Guilherme Dantas Lopes, sub-comandante da Guarda Municipal.

Realidades da periferia – Como não andam armados, os guardas municipais são orientados a não interferirem em confusões ou agressões. No entanto, a situação na prática é diferente.

Diariamente, os guardas convivem com gangues, alunos armados com facas e até armas de fogo, ou pais violentos, que querem entrar na escola para agredir o filho. Há algum tempo, uma escola ficou sem aula por alguns dias porque um produto tóxico foi jogado na caixa d’água.

“Quem sabe disso, que não podemos aplicar força física, apenas segurar ou separar, aproveita para aprontar”, relata Valdenir Matricardi, que atua em escola do bairro Caiobá.

No ano passado, ele presenciou uma briga entre alunas na frente da escola, sendo que uma delas atirou uma pedra, ferindo o rosto da outra. Uma das mudanças em posturas da Guarda Municipal é a ampliação da área da atuação dos agentes para até 100 metros do perímetro da escola.

Guarda municipal há dois anos, Elvis Mundim atua no Caic do Aero Rancho, e alerta para um problema que ocorre aos finais de semana, durante o projeto Escola Viva, onde são desenvolvidas atividades de esporte e lazer, incluindo a comunidade. “A gente deixa de garantir a segurança apenas dos alunos, para proteger toda a população”, disse Mundim.

Em março do ano passado, o jovem Nailton Elber Martins, de 16 anos, foi morto a tiros dentro da escola municipal Plínio Barbosa Martins, no bairro Jardim das Macaúbas, região sul de Campo Grande.

Atualmente, a Guarda Municipal conta com 1.060 agentes, dos quais cerca de 30% atuam nas escolas.

Nos siga no Google Notícias