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Capital

Prefeitura quer leitos de hospitais superlotados para desafogar UPAs

Lidiane Kober e Alan Diógenes | 20/08/2014 18:00
Promotora pressionou e secretário apresentou propostas na tentativa de reduzir superlotação (Foto: Marcelo Calazans)
Promotora pressionou e secretário apresentou propostas na tentativa de reduzir superlotação (Foto: Marcelo Calazans)

Pressionada pelo MPE (Ministério Público Estadual) para acabar com a internação precária nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), a Prefeitura de Campo Grande informou, nesta quarta-feira (20) que o plano é pedir 38 leitos a hospitais superlotados. Outra alternativa é intensificar campanhas de trânsito para reduzir acidentes, principais responsáveis pelo aumento das internações.

As propostas surgiram depois de o MPE constatar in loco a superlotação das UPAs dos bairros Coronel Antonino, Universitário e Vila Almeida. “Tem gente que espera sete dias por uma vaga nos hospitais da cidade”, disse Filomena Aparecida Depólito Fluminhan, titular da Promotoria de Justiça de Saúde Pública.

Por isso, no dia 15, ela deu prazo de 10 dias para a prefeitura apresentar uma solução ao problema. O assunto, inclusive, foi pauta de reunião, a partas fechadas, na tarde de hoje, com o secretário municipal de Saúde, Jamal Salem.

Na ocasião, ele informou pedir 12 leitos de CTI (Centro de Tratamento Intensivo) à Santa Casa, seis leitos ao Hospital do Pênfigo, 10 ao Hospital Regional e mais 10 ao Hospital da Criança, que vai ainda vai ser inaugurado. O secretário, no entanto, não informou como o espaço será aberto diante da superlotação de todos os hospitais da cidade.

Na semana passada, por exemplo, a Santa Casa fechou o setor de ortopedia até zerar fila de espera. O MPE foi à instituição e, segundo a promotora, confirmou a situação.

Jamal também não soube especificar quanto a prefeitura gastará para “alugar” os leitos, nem de onde a verba virá. Ele só disse que na Santa Casa o gasto estimado é de R$ 700 mil mensais e o plano é pedir ajuda ao Governo do Estado para bancar o serviço.

Ao mesmo tempo, o secretário informou plano de ação, envolvendo um conjunto de procedimentos nos hospitais, para ampliar atendimento. Ele também não contou o motivo de as medidas ainda não estarem em atividade se podem agilizar o serviço.

Outra proposta da prefeitura é pedir apoio aos órgão de segurança de Campo Grande e Agetran (Agência Municipal de Trânsito) para diminuir acidentes. “Só, neste fim de semana, 78% dos atendimentos na Santa Casa foram vítimas de acidentes de motocicleta”, frisou.

Na opinião da promotora, a prefeitura deveria realizar parceria com clínicas particulares, Hospital Militar e o de Coxim para abrir mais vagas. “Também sugiro que o Hospital Municipal atenda exclusivamente à população adulta”, completou.

Por enquanto, a instituição de saúde está na fase de conclusão de projeto. Justamente por não ter previsão para a obra sair do papel, a prefeitura firmou parceria a fim de abrir o Hospital da Criança do SUS (Sistema Único de Saúde). Lá a ideia é disponibilizar, futuramente, seis leitos adultos.

Atualmente, conforme Jamal, o déficit de leitos de CTI é de 50 e mais 800 de internação. Ainda na reunião de hoje, a promotora esticou para 20 dias o prazo para a prefeitura confirmar as propostas a fim de reduzir a superlotação nas Upas.

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