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Capital

Presa por morte de universitários diz que tinha dívida de drogas

Nadyenka Castro e Elverson Cardozo | 31/08/2012 17:20

Alegação inicial é contestada pela Polícia. Estudantes foram mortos a tiro e havia outras lesões nos corpos

Policiais e funcionários de funerária retiram corpos. (Fotos: Rodrigo Pazinato)
Policiais e funcionários de funerária retiram corpos. (Fotos: Rodrigo Pazinato)

Presa por envolvimento no assassinato de Breno Luigi Silvestrini de Araújo, 18 anos, e Leonardo Batista Fernandes, de 19 anos, a manicure Dayane Aguirre Clarindo, 24 anos, disse inicialmente à Polícia que ela e o marido tinham uma dívida de drogas e por isso roubaram a Pajero dos jovens.

De acordo com Maria de Lourdes Souza Cano, delegada da Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos) e responsável pelo caso, Dayane contou, inicialmente, que a ação contra os estudantes foi motivada por dívida.

No entanto, conforme a delegada, que não acredita na versão, a presa não revelou mais detalhes do débito. Para Maria de Lourdes, a intenção era sequestrar para roubar o veículo e levar até a Bolívia.

Breno e Leonardo foram sequestrados pouco antes das 21 horas dessa quinta-feira logo após terem saído do Bar 21, no bairro Miguel Couto, em Campo Grande. Horas depois, em Corumbá, foi encontrada a camionete Pajero que os estudantes estavam. O veículo foi encontrado pelo DOF (Departamento de Operações da Fronteira) abandonado.

Logo depois, por volta da 1 hora desta sexta-feira, Dayane foi presa pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), na BR-262, em Miranda, quando voltava para Campo Grande. Ela estava de carona em um caminhão e levantou suspeitas porque estava suja e ficou nervosa ao ser questionada sobre a viagem. Com Dayane foi encontrado o celular de um dos estudantes.

Enquanto isso, família e amigos dos jovens estavam em busca de notícias dos rapazes e a Polícia procurava por eles. Segundo a delegada, Dayane contou sobre a morte e indicou o local onde os corpos estavam: na entrada de uma tubulação de água pluvial no anel viário que liga as saídas de Aquidauana e Rochedo.

A PM (Polícia Militar) foi ao local e lá encontrou os dois cadáveres. Cada um deles com um tiro na cabeça e, de acordo com Maria de Lourdes, com lesões nos joelhos e nas mãos. Eles estavam vestidos com as mesmas roupas que usavam quando estavam no bar, mas, sem documentos.

Conforme Maria de Lourdes, Dayane também falou sobre a participação do marido e de um amigo que ela conheceu no início da semana. Os dois estariam escondidos em matagal, em Miranda, e ainda não foram localizados.

Os rapazes provavelmente foram mortos logo depois que foram sequestrados. O local onde os corpos estavam é característico de desova, no entanto, ainda não há confirmação se Breno e Leonardo foram mortos ali.

De acordo com a delegada, já foi feito mapeamento do crime desde o momento em que os estudantes foram sequestrados até a camionete ter sido encontrada.

Por enquanto não há testemunhas do crime, ou seja, pessoas que viram alguma coisa relacionada ao sequestro e ao assassinato. A delegada acredita que há mais pessoas envolvidas na ação.

A marca de tiro nos corpos é de revólver calibre 38, no entanto, só a perícia irá comprovar a munição utilizada, se foram mortos no local e a posição em que estavam quando foram atingidos.

Para análise da perícia no local em que os corpos foram encontrados, a rodovia precisou ser interditada. (Matéria editada às 22h37 para correção da informação)

Delegada Maria de Lourdes fala sobre o caso. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Delegada Maria de Lourdes fala sobre o caso. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Dayane foi presa em Miranda e chegou em Campo Grande no início da tarde. (Foto: Pedro Peralta)
Dayane foi presa em Miranda e chegou em Campo Grande no início da tarde. (Foto: Pedro Peralta)
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