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Capital

Presas fáceis, adolescente preocupam no combate ao fumo

Aline dos Santos | 31/05/2014 11:38
Cigarros com sabor é a aposta da indústria (Foto: Marcos Ermínio)
Cigarros com sabor é a aposta da indústria (Foto: Marcos Ermínio)

Presas fáceis da indústria do tabaco e invisíveis nas estatísticas, os adolescentes preocupam no combate ao fumo. O Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, aponta um salto de fumante na população adulta em Campo Grande. No entanto, não mapeia os menores de 18 anos.

Fora dos números oficiais, uma adolescente de 16 anos conta que começou fumar aos 13 anos. “Foi mesmo para me encaixar onde eu estava”, diz, pelo fato de ter amigos mais velhos. Aluna do primeiro ano do ensino médio, ela diz que se esforça para reduzir os 20 cigarros diários para cinco. “Nunca tentei parar. Mas estou reduzindo há alguns meses, até não precisar mais”, diz. Sem fumantes em casa, a adolescente afirma que sofre pressão da família para abandonar o vício.

No terminal Aero Rancho, que recebe neste sábado as ações do Dia Mundial sem Tabaco, Rosana do Nascimento, 39 anos, conta que utiliza vários argumentos, mas o filho de 14 anos segue fumando. “Eu falo que é prejudicial para a saúde. Das fotos na caixinha mostrando o que acontece”, diz.

Gerente do Programa de Controle e Tratamento do Tabagismo, Emília Maria Garcia Barbosa afirma que o direcionamento da propaganda e de produtos, como cigarros com sabores, para o adolescente preocupa. “É uma fase que a pessoa precisa de autoafirmar. Se sentir importante, adulto. É a presa mais fácil”, avalia.

Neste cenário, soma-se o narguilé, que caiu no gosto dos adolescentes. “Uma hora de uso equivale a cem cigarros. Além das doenças provocadas pelo fumo, tem as doenças de contato, como hepatite C, herpes”, afirma a gerente.

“Você passa pela Afonso Pena e vê pessoas bem informadas, nascidas em berço de ouro, com narguilé. Situação que preocupa”, afirma o prefeito Gilmar Olarte (PP), que participou da campanha. Ele lembra que o impacto final do uso do cigarro é na rede de saúde.

Secretário de Saúde e médico urologista, Jamal Salem afirma que 99% dos casos do câncer de bexiga provêm do cigarro.

Recaída – O poder público oferece ajuda para quem quer parar de fumar. A pessoa participa de ações em grupo e recebe medicação gratuita. Em média, o atendimento dura um ano. Mas, muitos passa várias vezes pelo programa até dar um basta definitivo no cigarro. “Volta a fumar se um parente morre, se sofre , acidente de carro. É fumante para sempre, não pode pôr um cigarro na boca”, alerta Emília.

Em um ano, Campo Grande teve aumento da população de fumantes e no ranking das capitais com maior quantidade de viciados no tabaco. A Capital de Mato Grosso do Sul saltou de 8º lugar em 2012 para a 5ª colocação no ano passado.

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