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Capital

Preso grava morte de rival e expõe conflito entre PCC e Comando em MS

No vídeo gravado dentro da Máxima, preso mostra rival pendurado em janela com lençol no pescoço

Luana Rodrigues | 06/01/2017 12:19
Vídeo foi gravado de dentro da Máxima, em Campo Grande. (Foto: Arquivo)
Vídeo foi gravado de dentro da Máxima, em Campo Grande. (Foto: Arquivo)

Um preso usando um aparelho celular registrou em vídeo, com gritos de celebração ao fundo, o corpo de um detento enforcado na manhã desta quinta-feira (05), dentro de um banheiro da penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande.

As imagens foram enviadas ao Campo Grande News e serão preservadas devido ao conteúdo chocante. Além da crueldade, o vídeo mostra que Mato Grosso do Sul também é palco da guerra entre facçõesapesar de não ter registrado nenhum conflito recente grave como as chacinas que têm ocorrido na região Norte do país.

O preso morto é Makanaky Nobre dos Santos Nascimento, 26 anos, encontrado enforcado com um lençol, preso à janela de um banheiro, no saguão superior do pavilhão 2, ala B. Ele cumpria pena por tráfico de entorpecentes e tráfico internacional de arma de fogo. Também tinha passagem por furto qualificado.

No vídeo gravado dentro da máxima, um preso, que supostamente seria rival do morto, pode ser ouvido gritando palavras de comemoração: “Vergonha aí ó, CVZão, pendurado, olha que bonitinho que ele ta, esse pilantra do c***... Vai loucão, vai segurando “, diz.

A expressão "CVZão" é em alusão a facção criminosa “Comando Vermelho”, que é oriunda do Rio de Janeiro, atual rival do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção de São Paulo.

Segundo o diretor-presidente da Agepen (da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Ailton Stropa, o Estado tem procurado proibir de todas as maneira o uso do celular, tanto impedindo a entrada quanto coibindo a permanência do aparelho com operações "pente-fino" rotineiras.

Sobre a guerra entre as facções, Stropa afirma que há um alerta. “Estamos preocupados, porém preparados. Não há indicativo para a ocorrência de chacina no nosso Estado, mas a Agepen trabalha a situação minuto a minuto com a gerência de inteligência para reverter possíveis ocorrências e tomar providências preventivas”, relata.

Conforme o diretor-presidente, também houve reforço na segurança nos presídios. “O Estado já tinha se antecipando a isso quando iniciou o concurso para contratação de novos agentes e esses agentes já estão fazendo estágio nas unidades, além disso, há reforço através da Polícia Militar, que aumentou o efetivo nas muralhas e mantém o Batalhão de Choque totalmente mobilizado para atender qualquer ocorrência”, afirma.

Guerra - A guerra entre duas facções, que já matou mais de 100 pessoas no país, teria explodido em setembro do ano passado, depois de um “comunicado” que uma das facções emitiu, o “Salve Geral do PCC”, decretando o fim da aliança com Comando Vermelho.

O texto foi escrito a mão, na Penitenciária de Presidente Venceslau, em São Paulo, onde fica a cúpula do PCC. Possivelmente foi transportada por algum advogado ou visitante e enviado às prisões brasileiras dominadas pela facção. O “salve” se espalhou.

Depois disso, de outubro até hoje, presos foram assassinados em presídios de Roraima, Rondônia, Amazonas, Ceará. Com destaque para a chacina ocorrida no dia 1º deste mês, em Manaus (AM), quando 60 presos foram mortos, e a segunda matança ocorrida nesta sexta-feira (06), em Roraima, com mais 33 mortos.

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