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Capital

Presos ficam em local "sem segurança, que fizeram de presídio", diz sindicato

Paula Vitorino | 31/10/2011 13:51

Agente foi vítima de atentado na manhã desta segunda-feira quando abria portão de entrada e saída de presos.

Agente foi baleado ao abrir portão.(Foto: Simão Nogueira
Agente foi baleado ao abrir portão.(Foto: Simão Nogueira

O atentado contra o agente penitenciário Hudson Moura da Silva, de 34 anos, nesta segunda-feira (31) trouxe novamente à tona a falta de segurança nas novas instalações do presídio de regime aberto.

Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso do Sul, Fernando Anunciação, o local é “um barracão improvisado, onde enfiaram o presídio”.

A penitenciária foi transferida do bairro São Francisco para a Vila Sobrinho no início de setembro. A mudança gerou revolta dos moradores da região, que denunciaram a transferência de presos para o prédio ainda em reforma, sem nem ao menos ter muro ou cerca.

Mas mesmo depois de concluída as obras na estrutura do prédio, Anunciação aponta falhas na segurança, que oferecem riscos tanto para o trabalho dos agentes como para a população.

“É um local escuro, mais afastado da região central e que não tem uma câmera para registrar quem entra e sai do presídio. Não oferece as mínimas de condições de segurança para o trabalho”, frisa.

O agente Hudson foi baleado com dois tiros, no peito e ombro direito, quando abria o portão para a saída dos detentos, que apenas dormem no presídio. A informação preliminar é de que dois homens em motocicleta efetuaram os disparos, por volta das 5h30.

Em frente ao portão, na rua Américo Marques, não existe iluminação nos postes de luz e nenhum circuito de segurança registra quem passa pelo local.

O presidente do sindicato ainda ressalta que apenas dois agentes penitenciários são responsáveis pela segurança do presídio, que tem 185 internos e capacidade para 200.

“Não tem condições de apenas dois funcionários ficarem responsáveis por turno, que dura 24h”, diz.

Ameaças - A falta de condições de segurança durante o trabalho dos agentes penitenciários faz que eles sejam alvos freqüentes de ameaças dos detentos, segundo Anunciação.

“Ameaça todos nós sofremos, é algo frequente todos os dias. O agente pega um celular de um preso ou faz outra repreensão, que é do seu trabalho, e já é ameaçado. Tudo é motivo pra ameaça, tem sempre algum dizendo que vai acertar as contas”, frisa.

Ele também frisa que não existe presídio de menor periculosidade, já que muitos detentos do regime aberto são egressos da penitenciária de segurança máxima.

Atentado contra a segurança pública - Anunciação diz que o crime não pode ser tratado como um caso isolado, mas como um atentado à segurança pública.

“O crime de hoje não é um atentado contra um agente, mas contra a segurança pública de Mato Grosso do Sul. Podia se um juiz, um policial. É para isso que as autoridades e a população têm que acordar”, frisa.

Ele ainda afirma que esse não é o primeiro caso de violência contra agentes e que isso é um reflexo da fragilidade da segurança pública.

Para o sindicato, o agente só será respeitado quando tiver as mínimas condições de segurança dentro do local do trabalho. “O preso vai saber que ali está um funcionário público, capacitado para se proteger, e que se fizer algo contra ele será punido”, diz.

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