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Capital

Professores param nesta terça e secretário diz que reajuste foi de 85,4%

Edivaldo Bitencourt e Antonio Marques | 18/05/2015 16:10
Secretário de Administração e interino na Educação presta depoimento à CPI (Foto: Marcos Ermínio)
Secretário de Administração e interino na Educação presta depoimento à CPI (Foto: Marcos Ermínio)

Os professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) vão realizar greve de 24 horas nesta terça-feira (19) e devem deixar 101 mil estudantes sem aulas. Eles exigem o reajuste de 13,01%. Sem dinheiro, o secretário municipal de Administração, Wilson do Prado, que responde interinamente pela pasta da Educação, alega que a categoria teve reajuste de 85,41% nos últimos quatro anos, quatro vezes a inflação no mesmo período.

Prado apresentou os números durante depoimento na CPI das Contas Públicas, que acontece desde às 14h na Câmara Municipal de Campo Grande. Em reunião, na semana passada, ele já tinha antecipado à comissão de negociação dos educadores, que o município não dará reajuste salarial neste ano.

À CPI, o secretário disse que os gastos com a folha do magistério cresceram 95% entre 2012 e 2015, passando de R$ 20,7 milhões para R$ 40,4 milhões por mês. O aumento é reflexo do reajuste nos salários, da elevação do valor do piso de 40 horas para 20 horas e a destinação de 1/3 das aulas para atividade extra classe.

Só no quesito reajuste, os professores acumulam aumento de 85,41% nos salários, reflexo da política aprovada no último ano de gestão de Nelsinho Trad (PMDB). No mesmo período, a inflação oficial na Capital somou 24,1%, segundo dados apresentados pelo secretário de Administração.

Prado ainda destacou que houve aumento de 77% no número de docentes na rede municipal. Em 2011, as escolas municipais tinham 4.934 professores. Atualmente, o quadro é de 8.754 docentes.

Paralisação – A ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) convocou greve de 24 horas pelo reajuste para amanhã. Nesta terça-feira, os 8,7 mil professores não darão aulas e vão participar da assembleia no sindicato às 7h30 e depois de manifestação na Câmara Municipal.

Segundo informativa da entidade, eles vão pedir o apoio dos vereadores para que o prefeito Gilmar Olarte (PP) cumpra a lei municipal que determina o pagamento do piso nacional para jornada de 20 horas. Atualmente, o valor está defasado em 13,01%, porque o reajuste do piso não foi repassado à categoria em janeiro deste ano.

Se não houve avanço nas negociações, eles ameaçam aprovar greve por tempo indeterminado.

Esta é a segunda paralisação no mês na Capital. No dia 4 de maio, os servidores administrativos deixaram milhares de estudantes sem aulas porque fizeram uma paralisação por reajuste salarial.

O presidente da ACP, Geraldo Alves Gonçalves, participa do depoimento de Prado à CPI e discorda dos números. Ele não inclui os gastos com a educação na folha do funcionalismo municipal, que representa 52% da receita, o limite máximo previsto na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).

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