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Capital

Projeto social atende 1,2 mil pessoas em 16 bairros e planeja expansão

Fabiano Arruda | 10/11/2011 21:04
Meninas participam de aula de ballet na tarde desta quinta. (Foto: Simão Nogueira)
Meninas participam de aula de ballet na tarde desta quinta. (Foto: Simão Nogueira)

Destinado a crianças e jovens, o projeto "Tocando em Frente" atende aproximadamente 1,2 mil pessoas em 16 bairros de Campo Grande. A sede, no bairro Parati, já fica pequena por conta da referência que o local virou para a população da região. Iniciado há dois anos, o projeto pode ser expandido.

Os alunos de regiões carentes da Capital participam de aulas de música, violão, teatro, balé, karatê, street dance e reforço escolar, bem como ginástica aeróbica e dança do ventre para as mães.

As aulas ocorrem de segunda a sábado, nos períodos matutino e vespertino, em cada um dos núcleos do projeto.

Na tarde desta quinta-feira, pelo menos 16 meninas mostravam a satisfação de participar da aula de ballet. Afinavam coreografia e ritmo, que, posteriormente, resultam em apresentações.

Ana Beatriz e Maria Fernanda, de 7 e 9 anos, respectivamente, aproveitaram o encerramento do lanche, oferecido na sede do projeto durante o dia, para fazer poses. “Fiz uma apresentação em que era uma boneca de pano. Fiquei dentro de uma mala”, conta orgulhosa Maria Fernanda, aluna da escola Maestro Heitor Villa Lobos.

Na sala de violão, as meninas Maria Eduarda e Flávia contavam das preferências na hora do lanche. “Bolo de chocolate”, responde, de pronto, Flávia, aluna de reforço escolar, street dance e teatro.

Única opção - Coordenadora do projeto, a professora Marta Lima de Oliveira destacou o sucesso do projeto numa região de periferia de Campo Grande. “Percebemos que muitos alunos não têm opção depois da aula na escola. Muitas vezes o ambiente em casa não é agradável e nós do projeto acabamos criando vínculo com as crianças”, diz.

A professora conta ainda que acaba participando da história de meninos e meninas que enfrentam situações difíceis no dia a dia. “Temos uma aluna especial, de 20 anos, que tem deficiência mental. A mãe dela diz que ela se sente muito bem em fazer ballet”, relata.

“Outra menina de 9 anos temos conhecimento que ela vive uma situação difícil em casa. Mora com o padrasto, que é usuário de drogas, é agredida e ainda sofre bullying na escola por conta da obesidade. Ela acaba ficando o dia inteiro no projeto. A mãe dela tem que vir chamar porque ela não quer ir embora”, narra, destacando que a aluna superou barreiras de timidez depois de começar a participar do projeto.

O lanche é outro atrativo, conta Marta. “Eles comem o dia inteiro”, brinca. “Suco, frutas, leite com achocolatado, chá com bolacha, pão, tem dia do sorvete, dia do pastel, dia do bolo”, enumera a professora ao comentar o cardápio oferecido.

Pequenas mostram elasticidade em aula.
Pequenas mostram elasticidade em aula.
Amigas mostram afinação e elasticidade na pose para a foto.
Amigas mostram afinação e elasticidade na pose para a foto.

Expansão - Um dos apoiadores do projeto, o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) compara a importância do "Tocando em Frente" a uma escola em tempo integral.

“As atividades ocupam o tempo ocioso que estas crianças poderiam ter e de repente estar na rua ou em qualquer outro lugar sem segurança ou formação”, frisa.

“Planejamos expandir o projeto para atender mais pessoas e buscar mais parcerias. Dificilmente uma criança que está aqui poderia fazer aula de ballet”, complementa o parlamentar.

A vereadora professora Rose (PSDB), idealizadora da ação, que também tem o apoio do deputado estadual Rinaldo Modesto (PSDB), admite que o acesso à cultura é caro e, nas regiões de periferia, o contato com as atividades se torna mais complicado.

“Com as aulas que envolvem as mães, a intenção é que a família fique cada vez mais aqui”, afirma.

Nos bairros, explica Rose, o trabalho é feito em parceria com associações de moradores e igrejas. “A única coisa que pedimos é o espaço”.

Rose lembra do caso de um menino, de sete anos, que possui glaucoma e deverá perder a visão, segundo previsão médica. O garoto participa de aulas de caratê e street dance na instituição.

Ela também enaltece a orquestra de violão formada no projeto, que conta com pelo menos 55 alunos. “A apresentação deles no aniversário de dois anos do Tocando em Frente foi maravilhosa”, comenta.

Apoiadores do projeto, vereadora professora Rose e deputado federal Reinaldo Azambuja visitam cozinha da sede.
Apoiadores do projeto, vereadora professora Rose e deputado federal Reinaldo Azambuja visitam cozinha da sede.
Coordenador relata casos que a marcaram nos dois anos de projeto.
Coordenador relata casos que a marcaram nos dois anos de projeto.
Meninas se reúnem para o lanche após aula de ballet.
Meninas se reúnem para o lanche após aula de ballet.
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