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Capital

Projetos para transformar Capital em cidade acessível e limpa estão parados

Lidiane Kober e Filipe Prado | 09/03/2014 07:54
Marilene relatou que a cidade precisa progredir e não regredir (Foto: Marcos Ermínio)
Marilene relatou que a cidade precisa progredir e não regredir (Foto: Marcos Ermínio)

Após ampla divulgação na gestão anterior, projetos para transformar Campo Grande em uma cidade limpa, acessível e ecologicamente correta estão parados desde a posse do prefeito Alcides Bernal (PP). A paralisação revolta representantes de entidades e a população.

Alguns projetos, como o Cidade Limpa, chegaram a causar amplo debate na época de implantação. O objetivo era livrar o centro da Capital de excesso de publicidade nas fachadas e recuperar parte das características iniciais.

“Essa parte do projeto chegou ao fim e eu pergunto, o resultado estético da cidade ficou satisfatório?”, indagou o arquiteto e urbanista Ângelo Arruda. A resposta, para ele, é não. “Quem passa pelo centro não percebe nenhuma transformação”, avaliou.

Para ele, faltou o Poder Público desenvolver oportunidades para os empresários conhecerem mais sobre a estética das fachadas a fim de dar uma cara ao ambiente, associando o passado com “linguagem e cores atuais”. “Faltou planejamento”, considerou.

Israel acha que é importante a continuação dos projetos, principalmente da acessibilidade (Foto: Marcos Ermínio)
Israel acha que é importante a continuação dos projetos, principalmente da acessibilidade (Foto: Marcos Ermínio)

No quesito acessibilidade, a presidente do Instituto dos Cegos, Telma Nantes Matos, afirmou que “está tudo parado”. “O passeio é público e é de responsabilidade da prefeitura, ela precisa cumprir o seu dever”, cobrou.

Segundo ela, as calçadas da própria prefeitura são um exemplo do que não é o ideal. “Está tudo esburacado”, disse. “Fora os locais onde o piso tátil dá no muro, na árvore ou na placa”, emendou. “Poderiam atender nosso pleito e criar a Secretaria de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, assim pelo menos teríamos onde bater à porta”, finalizou.

Quando o assunto é atitudes ecologicamente corretas, de acordo com o coordenador do Fórum de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Haroldo Borralho, as ações também param no tempo. “Vejo com muita preocupação isso, porque estancaram todos os projetos”, afirmou.

Como exemplo, ele cita os programas Córrego Limpo e a proposta de dar fim ao uso de sacolas plásticas nos supermercados. “Não é uma crítica política ou pessoal, mas o fato é que a gente vê uma paradeira geral”, reforçou. “Na minha opinião, faltam na prefeitura pessoas tecnicamente preparadas e vontade política”, acrescentou.

Com isso, ele só vê prejuízos à cidade. “Eram pequenos projeto, mas que se tornavam grandes por mudar conceitos e mobilizar a sociedade a adotar práticas ecologicamente corretas”, frisou.

Nas ruas, a população também se queixa e cobra a volta dos projetos. “Tem que continuar, é muito importante. Nós vemos que só tem acessibilidade do centro. Na rodoviária mesmo, a gente não vê e a que tem está obstruída”, disse o monitor ambiental Israel Alves Bezerra, 41 anos. “O projeto da sacola também deveria continuar, pois eu sei pra onde elas vão. As pessoas não têm consciência”, completou.

A atendente e auxiliar de cozinha, Luciene Romeiro Lima, 33 anos, também acha importante as ações. “Antigamente, nós levávamos uma sacola todas as vezes que íamos ao mercado. Isso não é anti-higiênico, é cuidar do ambiente”, defendeu.

Para a masseira Marilene Marques, 47 anos, Campo Grande precisa “progredir e não regredir”. “A cidade precisa de acessibilidade, pois não é só no centro que existem deficientes, é na cidade inteira”, ressaltou.

Procurados pela reportagem os titulares da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e da Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano), respectivamente, Odimar Luis Marcon e Valter Cortez não foram localizados.

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