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Capital

Promotor defende punição branda para adolescentes que participavam de orgias

Viviane Oliveira | 01/09/2011 16:45

Ele defende medida exemplar, mas que não sejam tão duras como o enquadramento em crime de estupro de vulnerável

Segundo o promotor Sérgio Harfouche, a acusação de estupro de vulnerável é exagerada por representar um peso que eles vão carregar para o resto da vida. (Foto/Arquivo)
Segundo o promotor Sérgio Harfouche, a acusação de estupro de vulnerável é exagerada por representar um peso que eles vão carregar para o resto da vida. (Foto/Arquivo)

O promotor da Infância, Adolescência e Juventude, Sérgio Harfouche, defende uma punição branda para os adolescentes que participavam de orgias em uma casa localizada na rua Dona Albertina Rosa no Bairro Iracy Coelho, em Campo Grande.

Ele defende medida exemplar, mas que não sejam tão duras como o enquadramento em crime de estupro de vulnerável. Segundo o promotor, essa acusação é exagerada, por representar um peso que eles vão carregar para o resto da vida. Os adolescentes cometeram um crime sim, mas é preciso dar uma segunda chance, oportunidade para se disciplinarem.

“Inicialmente a internação não é o caso, na entrevista eles vão ter que me mostrar se são infratores ou indisciplinados”, disse. No total nove adolescentes serão ouvidos na próxima semana.

Sérgio Harfouche alerta que o caso tem que ser lidado com cuidado para não banalizar o que os garotos fizeram. “Existe ali um perfil de gangue, vou dar oportunidade para que eles se arrependam do que fizeram”.

Nos depoimentos, os garotos alegaram que tinham educação sexual, por conta disso achavam que podiam fazer tudo. Eles tinham consciência para usar preservativo, mas não compreendiam que a conduta era ilícita.

Quanto a isso o promotor observa que eles não são inocentes e tentam se passar de bobos para driblar a justiça. “Todos eles ofenderam o bem público que é a formação de pessoas”.

Para o promotor a maior vítima são os demais adolescentes que não estão envolvidos no caso. De acordo com ele, será feita uma proposta que ainda está sendo formulada como medida disciplinar para eles não ficarem impunes.

“Eu fico preocupado com a repercussão que esse caso teve no Brasil todo. Espero que isso não sirva de incentivo para nenhum adolescente”, diz.

O caso – A história veio à tona depois que uma mãe de 30 anos procurou ajuda para tirar a filha de 12 anos de um grupo de sexo. O grupo era conhecido como “Congresso do Bulimento” e era liderado por um garoto de 16 anos e outro de 13.

Os adolescentes matavam aula para ir aos encontros onde consumiam bebidas alcoólicas e faziam sexo. O grupo reunia aproximadamente 20 adolescentes com idades entre 11 e 16 anos.

Uma garota de 12 anos contou à Polícia que os encontros foram batizados de "Congresso do Bulimento" e que a gangue do adolescente era chamada de "Of the sexy".

Em entrevista ao Campo Grande News, o adolescente dono da casa no bairro Iracy Coelho confirmou que o local era usado como ponto de encontro para sexo. Relatos dos próprios garotos confirmaram que havia troca de casais entre eles.

Os pais também serão responsabilizados, e os donos de comércio da região que forneciam bebidas alcoólicas para eles.

Os adolescentes exibe fotos na internet com o nome do grupo e fazem apologia ao sexo.
Os adolescentes exibe fotos na internet com o nome do grupo e fazem apologia ao sexo.
Garoto exibe camiseta usada pelo grupo. (Fotos: João Garrigó)
Garoto exibe camiseta usada pelo grupo. (Fotos: João Garrigó)
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