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Capital

Promotora encerra expediente e diz que todas as testemunhas foram ouvidas

Ricardo Campos Jr. e Adriano Fernandes | 20/09/2016 18:22
Promotora evitou dar mais detalhes e apenas confirmou que todas as testemunhas foram ouvidas e também as duas prisões durante a operação, que foi deflagrada hoje. (Foto: Alcides Neto)
Promotora evitou dar mais detalhes e apenas confirmou que todas as testemunhas foram ouvidas e também as duas prisões durante a operação, que foi deflagrada hoje. (Foto: Alcides Neto)

A promotora chefe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Cristiane Mourão, deixou a sede do órgão às 18h, encerrando as atividades relacionadas à Operação Midas nesta terça-feira (20). Sem dar entrevista à imprensa, ela disse apenas que todos os intimados a ser ouvidos prestaram depoimentos e confirmou as prisões do procurador jurídico da Câmara Municipal, André Scaff, e da mulher dele, Karina Ribeiro Mauro Scaff.

Eles são investigados por terem os patrimônios incompatíveis com a renda. O servidor público de carreira do Legislativo é suspeito de receber propina no valor de R$ 3 milhões para aditar e renovar contratos de empresas prestadoras de serviços com a prefeitura no período em que foi secretário de Finanças na gestão do então prefeito Gilmar Olarte – que durou de março de 2014 a agosto de 2015.

A Justiça intimou 22 pessoas a depor. Na lista estão os vereadores Flavio Cesar Mendes (PSBD), cujo advogado já entrou e saiu do prédio do Gaeco duas vezes; e Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB). Além do vereador cassado no fim do ano passado, Paulo Pedra (PDT), e dos empresários João Alberto Krampe Amorim, Carlos Gustavo Cardoso Coppola, Ricardo Schettini Figueiredo e João Abib Mansur.

Foi intensa a movimentação de advogados e testemunhas no Gaeco durante a tarde. Alguns deles disseram ao Campo Grande News que o principal questionamento na oitiva era qual a relação com Scaff.

À imprensa, a maioria preferiu manter em sigilo a informação. O único que falou abertamente sobre isso foi o vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB). Ele afirma ter vendido uma caminhonete ao procurador por R$ 23 mil. O dinheiro apareceu na conta da esposa dele e por isso o MPE o chamou para depor.

O empresário e engenheiro Ricardo Schettini Figueiredo foi outro intimado. A empresa dele foi contratada recentemente, por R$ 191.446,37, para elaborar projeto dos corredores de ônibus das ruas Marechal Deodoro, Brilhante e Guia Lopes, segundo extrato publicado no Diário Oficial de Campo Grande. Os recursos serão oriundos do Governo Federal e a execução da obra será do Exército.

Ele, por meio dos advogados, apenas confirmou que manteve relações com Scaff, mas não detalhou quais.

Flávio César, também por meio do defensor, disse apenas que conhece o procurador por exercer mandato há oito anos no Legislativo.

As peças do inquérito são extensas. Vários advogados solicitaram cópias e tiveram que levar de 12 a 13 DVDs para conseguir gravar todos os arquivos do caso.

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