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Capital

Protesto no TJ pede ação contra prefeito afastado por morte de vereador

Aline dos Santos e Francisco Júnior | 10/01/2012 14:15

Manoel é acusado de envolvimento no assassinato do então presidente da Câmara

Com faixas e camisetas, família faz mobilização em frente ao Tribunal de Justiça. (Foto: João Garrigó)
Com faixas e camisetas, família faz mobilização em frente ao Tribunal de Justiça. (Foto: João Garrigó)

A família do vereador de Alcinópolis, Carlos Antônio da Costa Carneiro, assassinado em Campo Grande em outubro de 2010, faz protesto com faixas e cartazes no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Nesta terça-feira, a Seção Criminal vai julgar se acolhe ou não a denúncia de homicídio doloso contra o prefeito afastado de Alcinópolis, Manoel Nunes da Silva (PR). Ele tem foro privilegiado devido ao cargo e o processo corre sob sigilo no TJ. A denúncia foi feita pelo Procurador-Geral de Justiça.

Pai do vereador morto e atual prefeito, Alcino Carneiro (PDT) conta que a intenção é reunir cem pessoas para assistir ao julgamento. Caso a denúncia seja aceita, Manoel passa a responder pelo crime e pode, inclusive, ser levado a júri popular.

De acordo com o advogado Ricardo Trad, que atua como assistente da acusação, a Seção Criminal iniciou o julgamento antes do recesso do judiciário. Por enquanto, o placar é de dois votos a favor do acolhimento da denúncia. Votaram os desembargadores Marilza Lúcia Fortes e João Carlos Brandes Garcia. O desembargador Romero Dias Lopes pediu vista, adiando o julgamento para hoje.

Irmã de Carlos Antônio, Rosângela Carneiro relata que a defesa do prefeito afastado quer desqualificar as escutas telefônicas. “Mas tem outras provas do envolvimento dele no assassinato. As chacotas que fez da situação, falando que todos os seus inimigos iam para a vala; a perseguição dos servidores da prefeitura que eram nossos parentes”, enfatiza.

Manoel foi preso em 20 de julho e solto no dia 29 de setembro do ano passado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), sob condição de não se aproximar da prefeitura.

Crime político - Os vereadores Eliênio Almeida de Queiroz (PR), Valter Roniz Dias de Souza (PR) e Valdeci Lima de Oliveira (PSDB) também foram denunciados por “ajustar” a morte de Carlos Antônio. Os três chegaram a ser presos em julho de 2011, sendo soltos em 12 de agosto. O processo contra os parlamentares corre na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Alcino Carneiro relata que, por força do cargo, fala somente com o presidente da Câmara, Valter Roniz. “Com ele, ainda sou obrigado a me relacionar. Com os outros, não tenho contanto nenhum”, diz o atual prefeito, que mora em frente à casa de Manoel. O pai do vereador morto conta que desistiu da política. “Não vou ser candidato nunca mais”.

Na denúncia contra os vereadores, o promotor Douglas Oldegardo dos Santos cita a disputa política no município. “Apurou-se que o crime teve motivação torpe, quais sejam as desavenças políticas existentes entre a vítima e os denunciados, os quais compunham o grupo político liderado pelo Prefeito Municipal de Alcinópolis/MS, enquanto a vítima fazia parte do grupo político de oposição”.

Com a morte do vereador, Valter foi eleito presidente e o suplente Valdeci assumiu, dando maioria na Câmara ao prefeito. Eles são acusados por homicídio com motivo torpe e emboscada.

Pistoleiro - Após disparar contra o vereador, Irineu Maciel foi preso em flagrante por policiais civis que passavam próximo ao local, na avenida Afonso Pena. Ele foi levado até a avenida na garupa da moto de Aparecido Souza Fernandes, de 35 anos.

Na delegacia, o pistoleiro relatou que o crime foi intermediado pelo seu cunhado Valdemir Vansan. A morte do vereador teria sido contratada por uma terceira pessoa, cujo nome não foi revelado. Valdemir foi preso horas depois do assassinato.

Ainda na delegacia, Ireneu disse que receberia R$ 20 mil, sendo R$ 3 mil adiantados, pelo crime e que o revólver calibre 38 lhe foi entregue pelo cunhado. O acerto era para “fazer uma pessoa”, cujo nome foi repassado por Valdemir.

Em interrogatório diante do juiz, Irineu deu uma nova versão para o crime. De acordo com ele, o motivo foi vingança porque o vereador o teria humilhado. O pistoleiro também afirmou ser dono da arma utilizada na execução. Irineu e Valdemir vão a júri popular no dia 24 de fevereiro.

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