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Capital

Reclamação de moradores e abrigo da criminalidade, “casa rosa” é demolida

Fabiano Arruda e Mariana Lopes | 02/05/2012 09:59
Máquina trabalha na demolição da "casa rosa" nesta manhã. (Foto: Pedro Peralta)
Máquina trabalha na demolição da "casa rosa" nesta manhã. (Foto: Pedro Peralta)

A "casa rosa", que fica nas proximidades da antiga rodoviária, em Campo Grande, começou a ser demolida nesta manhã. Vizinhos do imóvel reclamaram da insegurança vivida na região durante anos. Para eles, a demolição era única solução para acabar com movimentação de bandidos e usuários de drogas, que usavam o local como esconderijo.

O trabalho, feito com a utilização de uma máquina pá escavadeira e um caminhão, é acompanhado por policiais civis e assistido por moradores que se aglomeraram na Rua Vasconcelos Fernandes.

A casa é de propriedade da família do pecuarista Antônio Moraes. Segundo a filha dele, Janete Moraes, antes da demolição, eles conseguiram acordo para quitar as contas de luz e água, que estavam atrasadas e giravam em torno de R$ 7 mil.

Conforme Janete, a demolição é um alívio, pois gerava cobrança e “sujava” o nome da empresa da família.

Janete também conta que há quatro anos conversava com o pai para demolir a estrutura, que já estava comprometida, segundo ela. Agora, o terreno será murado e não será construído um novo imóvel. “Quem vai querer morar?”, questionou, por conta da insegurança da região.

Uma das inquilinas da casa, a artesã Aldinéia Silva Oliveira, assistia a demolição do outro lado da calçada, sentada numa cadeira de fios. Com os pertences no meio da rua, ela, que morava com o marido no local, disse não ter para onde ir.

Silva residia há quatro anos no imóvel. Admite que a casa gerava insegurança no bairro, mas que, nos últimos seis meses, a situação estava mais tranquila.

A artesã lamenta a demolição por conta da idosa Maria Serilha Gomes, de 86 anos, moradora da “casa rosa” há 50 anos. Desde 2002 parou de pagar aluguel e morava de graça no imóvel graças a um contrato de comodato firmado com o dono.

“Ela não queria sair”, diz. Aldinéia considera que o caso poderia ter sido solucionado de outra forma, talvez com uma restauração do antigo imóvel. “Não precisava demolir”.

A idosa chegou a deixar o local para morar com uma sobrinha, mas, no mês passado, retornou sob argumento de que a “casa rosa” a fazia feliz. Agora, ela vai morar com a nora.

No dia 8 de fevereiro deste ano, cinco homens e três mulheres foram presos na “casa rosa”. Televisão, rádio, aspirador, DVDs e outros diversos objetos foram apreendidos no local, frutos de receptação.

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