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Capital

Rede feminina troca de comando seis meses após Operação Sangue Frio

Aline dos Santos | 19/09/2013 09:44
Hospital do Câncer foi alvo de operação da PF. (Foto: Marcos Ermínio)
Hospital do Câncer foi alvo de operação da PF. (Foto: Marcos Ermínio)

Seis meses depois de o Hospital do Câncer Alfredo Abrão sofrer mudanças radicais com as denúncias da operação Sangue Frio, outro setor da Fundação Carmem Prudente será renovado. Nesta quinta-feira, às 19h30, na Assembleia Legislativa, toma posse a nova presidente da Rede Feminina de Combate a Câncer de Campo Grande.

Pelos próximos dois anos, a rede de voluntariado será comandada pela empresária Cleuza Vasconcellos. “Aconteceu tudo de uma vez, precisa reciclar as pessoas, trocar para ter ideias novas”, afirma, sobre a onda de mudanças nos dois segmentos da fundação, o hospital e a rede.

De acordo com ela, pela primeira vez a escolha foi por voto direto dos voluntários. A chapa foi única, mas poderia não assumir caso todos os votos fossem em branco. A rede foi fundada em 1956 e a primeira presidente foi Benedita Figueiró, mãe do senador Rubens Figueiró.

Os 47 voluntários atuam tanto dentro do hospital, como nas casas de apoio, que recebem pacientes que precisam de tratamento e não têm onde ficar em Campo Grande. Há unidades masculina e feminina. No Hospital do Câncer, a equipe faz o acolhimento dos pacientes e distribui, diariamente, chá, pão e manteiga para 200 pessoas.

Conforme Cleuza Vasconcellos, os recursos vêm de doações, bingos, churrascos e barracas de alimentos montadas em festas. Pelo estatuto, a eleição deveria ser realizada em novembro, mas o processo foi antecipado para junho após o falecimento penúltima presidente.

Cleuza trabalha desde 2005 na rede de voluntários. A decisão de ajudar as pessoas que enfrentam o câncer foi tomada após duas perdas familiares. “Meu pai e meu irmão faleceram de câncer”. A posse terá a presença da presidente nacional da Rede Feminina, Aglaê Nazário de Oliveira, e homenagem a ex-primeira-dama Maria Aparecida Pedrossian, que doou imóvel, próximo ao hospital, para funcionamento da casa de apoio.

Sangue Frio – Desencadeada em 19 de março de 2013, a operação da PF (Polícia Federal) revelou as suspeitas da existência da Máfia do Câncer, grupo acusado de desmontar a rede de atendimento oncológico na saúde pública em privilégio do setor privado.

No dia, os policiais fizeram apreensões no Hospital do Câncer, Hospital Universitário de Campo Grande, clínica NeoRad e na residência do médico Adalberto Abrão Siufi. Até então, ele era diretor do Hospital do Câncer e um dos sócios da clínica. O médico chegou a ser preso por porte de arma, mas foi solto após pagar fiança.

No HU de Campo Grande, a Sangue Frio também resultou na troca de comando. Primeiro afastado judicialmente, o diretor José Carlos Dorsa Vieira Pontes pediu para sair. Auditoria realizada pela CGU (Controladoria-Geral da União) em 2012 verificou prejuízo de R$ 973 mil aos cofres públicos. O valor foi obtido após levantamento em contratos do Hospital Universitário que somam R$ 11 milhões.

A análise trouxe à tona uma série de irregularidade: direcionamento de licitação, montagem de processos licitatórios, subcontratação de serviços para empresas ligadas a dirigentes do hospital, superfaturamento e emissão de empenho anterior à adesão em ata de registro de preços.

Agora, a CGU calcula que serão necessários mais 60 dias para conclusão do relatório. Cabe ao órgão verificar se houve desvio de dinheiro público e dimensionar o tamanho do prejuízo.

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