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Reduto do Cerrado, área espera há nove meses para receber público

Matas do Segredo, na região norte da Capital, aguarda definição de regras sobre visitas, que deverão ser agendadas

Aline dos Santos | 27/01/2016 07:34
Fachada de parque de 117 hectares na região Norte da cidade. (Foto: Marcos Ermínio)
Fachada de parque de 117 hectares na região Norte da cidade. (Foto: Marcos Ermínio)
Rosa sonha com espaço de lazer para os netos. (Foto: Marcos Ermínio)
Rosa sonha com espaço de lazer para os netos. (Foto: Marcos Ermínio)

Reduto do Cerrado na região Norte de Campo Grande, o Parque Matas do Segredo recebeu investimento de R$ 3,9 milhões e nova estrutura em abril do ano passado. Contudo, o local, com bioma tipico de Mato Grosso do Sul, segue fechado ao público em geral.

Segundo Ana Cristina Bergler, gestora do parque estadual, ainda não foi publicada a portaria de uso público. “Mas creio que no máximo até março esteja publicada. O uso público ainda está em estudo, as normas, o regulamento”, afirma. Em princípio, a visita deve ser agendada, a exemplo do Parque Estadual do Prosa.

O funcionamento deve ser de terça a sexta-feira, mediante agendamento para explorar as trilhas. “Tem que priorizar a segurança, não adianta abrir para a população andar lá dentro e depois não saber voltar”, diz a gestora. Contudo, ela lembra que o entorno do Prosa é em área menos habitada e o plano do Matas do Segredo precisa considerar a vizinhança: os moradores do Jardim Presidente, região do Nova Lima.

A portaria deve ser publicada pela Semade (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico).

Com fachada de residencial, cercado por muro na área habitada e por grades no restante, o parque de 117 hectares abriga a nascente do córrego Segredo. O local também é sede do projeto Florestinha, realizado pela PMA (Polícia Militar Ambiental), que atende 60 meninos, na faixa etária de 7 a 16 anos, no período matutino.

Se no passado o parque era fonte de medo pelos incêndios que rondavam os imóveis, hoje é motivo de curiosidade para a diarista Rosa Maria de Oliveira, 65 anos. Ela mora perto do parque há 20 anos e recorda que já teve que sair de casa para fugir do calor das chamas. “Só fui lá uma vez depois da reforma. Achei que era para andar, passear. Mas não vejo ninguém indo lá não”, conta.

A expectativa era de um local de recreação para os oito netos. “Para a gurizada correr, brincar. Tem domingo que passa o dia trancada em casa”, conta Rosa.

A estudante Alaine Yasmin Félix dos Santos, 14 anos, espera que o projeto Florestinha também atenda meninas. Desde a inauguração, ela conta que foi ao parque uma vez, quando uma capivara entrou na casa da vizinha e elas buscaram auxílio com a PMA.

Lixo e fogo – Na parte habitada, o muro isola o parque das residências. No restante, o vizinho é o lixo. Sofás, pedaços de madeira, pneus e lixo eletrônico se acumulam ao redor do Matas do Segredo. Parte do material foi queimada e está recoberta de cinzas.

“O motivo de fazer o muro no entorno das casas foi para dar segurança. Uma prevenção contra incêndio. Jogavam muito lixo dentro do parque. Foi vivência durante muitos anos. O fogo vinha para cima das casas mesmo. Muito sufoco”, relata a gestora Ana Cristina Bergler.

Segundo ela, no ano passado houve focos de incêndio nos fundos do parque. Os guardas fazem a vistoria diariamente e o período crítico vai de junho a outubro.

Parque recebeu recursos de compensação ambiental. No detalhe, portão dos fundos.  (Foto: Marcos Erminio)
Parque recebeu recursos de compensação ambiental. No detalhe, portão dos fundos. (Foto: Marcos Erminio)

Recomeço – Remanescente do Previsul (Instituto de Previdência Social de Mato Grosso do Sul), o parque ganhou nova sede em 17 de abril do ano passado após receber recursos de compensação ambiental da empresa Eldorado Celulose. “Na área que construiu a sede existia o prédio do Florestinha com a comunidade. Construíram sala, algumas peças e foi acabando, virou entulho”, afirma a gestora.

Com o investimento, foi reformada a parte administrativa, com auditórios, salas de aula, cozinha industrial, quadra de esporte, alojamento da PMA e Imasul (Instituto de Meio Ambiente). A finalidade é pesquisa cientifica, educação ambiental, recreação e turismo.

Meninos – Conforme a assessoria de imprensa da PMA, o risco social é maior para os meninos, que vão para a rua após o horário de aulas. Dsta forma, a ampliação do projeto para meninas deve ser somente em 2017. A iniciativa tem parceria com a secretaria municipal de Assistência Social, que auxilia na alimentação.

Série - Esta reportagem abre uma série sobre os parques da cidade. O Campo Grande News percorrerá os principais espaços deste tipo na cidade, mostrando a situação em que se encontram, suas principais características, qualidades e problemas.

Confira a galeria de imagens:

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