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Capital

Reencontro após 34 anos tira o azar da Sexta-Feira 13 para mãe e filha

Alan Diógenes | 13/03/2015 16:45
Abraço apertado de mãe e filha que não viam há 34 anos. (Foto: Marcelo Calazans)
Abraço apertado de mãe e filha que não viam há 34 anos. (Foto: Marcelo Calazans)
Aparecida tentava encontrar filha, mas situação financeira era uma dificuldade. (Foto: Marcelo Calazans)
Aparecida tentava encontrar filha, mas situação financeira era uma dificuldade. (Foto: Marcelo Calazans)
Silvana havia procurado até programas de televisão para encontrar a mãe. (Foto: Marcelo Calazans)
Silvana havia procurado até programas de televisão para encontrar a mãe. (Foto: Marcelo Calazans)

A sexta-feira 13 nunca mais será considerada uma data de azar para mãe e filha que se reencontraram após 34 anos sem contato, nesta tarde, na 5ª Delegacia de Polícia Civil, em Campo Grande. Sem ter condições de criar a filha Silvana Maria Vieira, 38 anos, a dona de casa Aparecida Vieira da Silva a entregou para a babá que se mudou para Colíder, no Mato Grosso, quando ambas não se viram mais.

O tempo foi passando e Silvana já com 23 anos ficou grávida do filho hoje com 18 anos. A vida de mãe a levou a pensar na sua genitora. “Eu comecei a pensar que sempre tinha ouvido apenas um lado da história, o da minha mãe adotiva. Pensei nos erros que eu já tinha cometido, virei evangélica e me coloquei no lugar da minha mãe biológica e pensei que um ser humano que se preze teria seus motivos para fazer o que ela fez”, explicou.

A partir daí, Silvana procurou programas nacionais de televisão para reencontrar a mãe, que morava em Aparecida do Taboado, mas hoje reside em Dourados. Todas as tentativas foram em vão, e Silvana resolver acatar o conselho de uma prima campo-grandense e procurou a investigadora Maria Campos da 5ª DP. Tudo aconteceu há 2 anos.

A investigadora começou a trabalhar para saber o paradeiro de Aparecida, mas um ano e alguns meses iam passando, o Natal estava chegando e Silvana começou a pensar que a mãe não queria mais revê-la. Sem perder as esperanças, ela teve outra ideia. “Peguei o telefone da investigadora com minha prima e liguei. Ela me falou que ia fazer de tudo para encontrar minha mãe. Hoje não importa se minha mãe vai querer explicar o porquê me deixou com outra família. O que ela disser para mim está bom”, comentou.

Ainda nesta semana, a investigadora conseguiu encontrar Aparecida e fez uma ligação que mudou o rumo desta história. “Recebi a ligação no meu celular em Dourados, e quando a doutora Maria me disse que tinha encontrado minha filha, não acreditei e entrei em choque. Sempre pensei em procurá-la mas não fazia ideia da onde ela estava e também minha situação financeira não me permitia ir muito longe. Hoje cheguei de viagem e queria muito revê-la, só lembro dela pequena, muito bonita, cabelos pretos no ombro e bem branquinha, como o pai dela”, mencionou a Aparecida.

A emoção foi grande até mesmo minutos antes de Silvana rever a mãe. Ela aguardou o reencontro no corredor da delegacia e a mãe em uma sala. A investigadora Maria Campos passou pelo corredor e disse à Silvana que quando ela a chamasse, já poderia descer as escadas para reencontrar a mãe. Silvana que já estava emocionada, começou a chorar e não conseguia nem andar.

Com palavras de apoio da delegada e de repórteres, que acompanharam o reencontro, ele conseguiu entrar na sala e rever a mãe, que antes de abraçá-la por cerca de dez minutos, disse duas palavras que resumiu um novo recomeço de vida: “Me perdoa minha filha”!

Além de Silvana, Aparecida tem mas cinco filhos que ainda não conhece. Cada um vive com uma família diferente. Silvana tem contato com apenas dois deles e pretende apresentá-los a mãe. “Eles estão com certo receio, mas agora com esta versão que ela me contou, tenho certeza que eles vão querer revê-la. Meu plano é juntar toda a família e apresentar meu filho para ela”, finalizou Silvana.

A investigadora Maria de Campo informou que na sexta-feira (20) e sábado (21) ela jutamento com uma equipe de policiais estará em Corumbá fazendo um mutirão para encontrar pessoas desparecidas em território nacional ou internacional. “Cada reencontro é uma nova emoção. Isso nos dá força para continuarmos a encontrar mais pessoas desaparecidas”, salientou a investigadora.

Interessados em encontrar algum parente desaparecido pode entrar em contato com a investigadora na 5ªDP pelos telefones (67) 3323-6710/ (67) 9989-0778.

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