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Capital

Reforma ameniza caos, mas aeroporto da Capital vira "sauna" no calor

Zana Zaidan | 11/01/2014 08:37

Em setembro do ano passado, a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) deu início à revitalização do Aeroporto Internacional de Campo Grande. Orçada em R$ 13,1 milhões, a reforma inclui a modernização da área de desembarque e ampliação da pista, entre outras benfeitorias que buscam aumentar a capacidade operacional do terminal.

Por outro lado, a espera dos passageiros tornou-se desconfortável de outra forma: há pouco mais de 20 dias, a administração do aeroporto desligou aparelhos de ar-condicionado e retirou parte das poltronas. De um lado, do portão de embarque até a ponta onde estão localizados os restaurantes, o saguão se transformou em uma “sauna” e, antes de viajar, é preciso disputar um lugar para não ficar em pé.

A situação é agravada com o intenso calor na Capital, que registrou máxima de 33,1º C na tarde de ontem, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Parte das poltronas foi removida e, com uso do ar racionado, passageiros aguardam em pé e no calor (Foto: Cleber Gellio)
Parte das poltronas foi removida e, com uso do ar racionado, passageiros aguardam em pé e no calor (Foto: Cleber Gellio)

A Infraero não se manifestou sobre a medida ao Campo Grande News, mas, segundo funcionários do aeroporto que preferiram não se identificar, a justificativa repassada seria “evitar que passageiros perdessem o vôo”. “Fomos questionar e eles alegaram que os passageiros ficavam sentados e, confortáveis por causa da temperatura amena, perdiam o vôo”, diz uma delas.

“Já estava desligado desde antes do Natal, e foi péssimo, em pleno movimento de final de ano, o saguão lotado e super abafado”, diz outra funcionária de uma das lojas de presentes do aeroporto.

Calorão – Quem espera por horas até conseguir embarcar, sente na pele o desconforto. “Não sei se está desligado para economizar energia, mas não dá para entender, porque ligado isso aqui não está”, comenta a defensora pública Nancy de Carvalho, 53 anos.

O estudante Luiz Fernando Pereira, 25 anos, veio de Naviraí para viajar e a espera no aeroporto seria de três horas, caso o vôo chegasse no horário. “Teve um momento que isso aqui estava cheio de gente, ficou muito, muito abafado”, afirma, sem saber que, mais à frente, na outra ponta, o ar funcionava a todo vapor.

Luiz passou 3h na base da água para suportar calor (Foto: Cleber Gellio)
Luiz passou 3h na base da água para suportar calor (Foto: Cleber Gellio)

E quem ficava sem entender o motivo de tanto calor, e foi informado da justificativa da Infraero, caía na risada. “É totalmente incoerente, já fui em aeroportos bem maiores que esse, em que era preciso caminhar 20 minutos só para chegar ao portão de embarque. Aí, sim, justifica perder um vôo, mas em um pequeno como esse aqui, em uma cidade quente como essa, nada explica desligar o ar”, reclama Suelen dos Santos, 27 anos, que veio de Joinvile (SC) para Campo Grande.

“O calor não chega a me deixar desconfortável porque quem vem para cá acaba se acostumando, mas a sensação que dá é que está desligado mesmo. Mas o problema maior é não ter onde sentar”, diz o espanhol Sérgio Arribas, 30 anos, que teria que esperar 1h30 até embarcar.

Maria Luci tirou a camiseta do neto e guardou lugar para filha não correr o riso de ficar de pé (Foto: Cleber Gellio)
Maria Luci tirou a camiseta do neto e guardou lugar para filha não correr o riso de ficar de pé (Foto: Cleber Gellio)

Reforma – A reforma do aeroporto começou no dia 21 de setembro de 2013. Até o momento, foram entregues novas esteiras para devolução de bagagens, na área de desembarque.

Após a conclusão de todas as obras, a área do desembarque doméstico passará de 326,3 m² para 580,2 m², enquanto o desembarque internacional passará de 261,7 m² para 462,4 m².

A pista de pouso e decolagem também será ampliada e, conforme cronograma inicial da empresa, a conclusão da última das três etapas seria no próximo dia 13. Apesar de a primeira parte já ter começado com atraso de 33 dias, na época, a Infraero afirmou que não afetaria a data de entrega.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da empresa para verificar o andamento da obra e justificativas sobre o uso racionado do ar-condicionado, além da retirada dos assentos do saguão, mas, até o fechamento desta reportagem, não obteve retorno.

Parte do pacote de reformas, novas esteiras já foram instaladas para otimizar retirada de bagagem (Foto: Cleber Gellio)
Parte do pacote de reformas, novas esteiras já foram instaladas para otimizar retirada de bagagem (Foto: Cleber Gellio)
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