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Capital

Réu de homicídio ocorrido há mais de cinco anos nega participação no crime

Mãe de réu acompanhou julgamento e disse estar sendo uma tortura

Juliene Katayama | 25/02/2015 11:55
Acusado de homicídio disse que sofreu pressão psicológica dos policiais (Foto: Marcelo Calazans)
Acusado de homicídio disse que sofreu pressão psicológica dos policiais (Foto: Marcelo Calazans)

O acusado de matar a tiros Ricardo Gomes Plens no Jardim Monumento, em Campo Grande, no dia 7 de dezembro de 2009, negou participação no crime perante os jurados na manhã desta quarta-feira (25). Ele ainda acusou a polícia de ter criado os fatos que constam no processo.

O réu, hoje com 24 anos, casado e com dois filhos, foi o segundo a falar e negou todos os fatos, mesmo tendo confessado em segundo depoimento à polícia. A justificativa foi de que sofreu pressão psicológica. “Isso é mentira, os policiais que colocaram isso lá”, afirmou.

Ele é acusado de acusado de homicídio qualificado por motivo torpe que dificultou a defesa da vítima. O crime aconteceu às 18 horas próximo ao posto de combustível Taurus. Segundo a acusação da promotoria, agiu com intenção de vingar anterior desentendimento existente entre ele e a vítima, decorrente da rivalidade entre gangues adversárias.

Mas o réu negou conhecer a vítima e todas as testemunhas no processo quando questionado pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos. Ele também negou participar de gangue, embora tivesse sofrido um atentado quando menor de idade. “Já sofri atentado. Tomei seis tiros de um tal de Macaco que os policiais disseram lá”, disse.

Macaco era o apelido de Plens. Já o réu também era conhecido por Alemão, Alex e, supostamente, por Rato – fato negado pelo acusado.

O promotor Gerson Eduardo de Araújo fez questão de mostrar aos jurados a ligação do apelido Rato ao réu. Para isso, relembrou os depoimentos das testemunhas que disseram que o autor do crime era o Rato e que no momento da ação estava usando um uniforme de um supermercado atacadista – fato também negado pelo réu que disse sempre ter trabalhado como gesseiro.

Segundo o promotor, Jéssica que seria a ex-namorada do réu disse que Rato era Alex. Cliffor, proprietário da moto utilizada no assassinato, contou que o autor era o Rato que já tinha sido ferido por Macaco. O tio da vítima afirmou que o Rato era o mesmo preso em Dourados por furto. Atualmente, o réu cumpre pena alternativa em decorrência do furto de roupas e shampoo em um shopping.

A defesa tentou mostrar que o cliente não teve ligação com o crime e que o depoimento incriminatório foi forçado pelos policiais por meio do depoimento de William Reverton Oliveira, na época menor, responsável por pilotar a moto que ajudou o réu a fugir do local do crime.

Oliveira disse que era amigo do réu e que nos dois depoimentos em que o acusa de ser autor do crime foi por causa de “pressão psicológica” da polícia. Segundo ele, dias antes de ser chamado na delegacia, ele foi preso por faltar à audiência e que tinha sido chamado por causa deste fato, mas quando chegou os policiais mostraram a foto do réu e começaram a fazer perguntas. “Eles foram falando e eu só fui concordando porque estava com medo de ser preso de novo”, disse.

Família – A mãe do réu foi acompanhar o julgamento do único filho. Ela não quis revelar o nome, mas demonstrou uma enorme dor de ver o filho no banco de réus. “Tem sido uma tortura para mim. Ele sempre foi um bom menino”, desabafou. Ela também disse que o filho alega que estão acusando ele à toa.

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