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Capital

Reunião na 2º define treinamento sobre atendimento a vítimas de escorpião

Ana Paula Carvalho | 03/11/2011 19:18
Escorpião estava escondido no sapato da criança.
Escorpião estava escondido no sapato da criança.

A Secretária Municipal de Saúde fará uma reunião na próxima segunda-feira (07) com a equipe técnica do setor de urgência e emergência para definir detalhes sobre a capacitação dos profissionais sobre atendimento a vítimas de animais peçonhentos, principalmente escorpiões.

Ainda não há data definida para o começo da reciclagem, mas na manhã desta quinta-feira (03) a chefe do setor entrou em contato com o coordenador do Civitox (Centro Integrado de Vigilância Toxicológica), Sandro Benites, para questionar sobre a possibilidade de ele ministrar a palestra sobre ao assunto.

Falta de capacitação - Para o médico dermatologista, Vidal Haddad Júnior, professor da UNESP (Universidade Estadual de São Paulo) e médico do Instituto Butantã, que está em Campo Grande para ministrar uma palestra sobre animais peçonhentos do Pantanal, o que pode ter agravado o quadro da menina Maria Eduarda Rissi, de 3 anos, morta 18 horas após ser picada por um escorpião amarelo, é a falta de conhecimento dos profissionais da saúde sobre casos como esse.

De acordo com ele, não só aqui, mas em outros estados, médicos não sabem proceder em situações novas. “É uma questão de treinamento. É necessário capacitar toda a equipe médica para que eles saibam como lidar com esse tipo de caso”, diz.

Ainda segundo o médico, nem sempre é necessário o uso do soro, mesmo se tratando do escorpião amarelo e, que isso é identificado durante a análise clínica. “Se o médico estiver capacitado ele identifica se precisa ou não de soro, muitas vezes é só fazer bloqueio anestésico”, relata.

Médico veio à Campo Grande para ministrar matéria sobre animais peçonhentos. (Foto: Pedro Peralta)
Médico veio à Campo Grande para ministrar matéria sobre animais peçonhentos. (Foto: Pedro Peralta)

Na palestra ministrada durante a 13ª Reunião Anual dos Dermatologistas do Centro-Oeste, o médico falou sobre animais peçonhentos do Pantanal e Bacia do Araguaia e o que os dermatologistas necessitam saber sobre as reações dermatológicas. De acordo com eles, os médicos, muitas vezes, não sabem que uma vermelhidão pode ter sido causada por um inseto. “Eles precisam saber a diferença entre uma vermelhidão causada por um inseto e uma reação que pode chegar à amputação”, diz.

O caso - O escorpião que provocou a morte da menina Maria Eduarda é do tipo popularmente conhecido como amarelo gigante. Cientificamente é denominado de Tityus serrulatus e começou a ser encontrado na cidade em 1998.

Só este ano, porém, apareceram os primeiros casos de ataques, nenhum deles fatal até a quarta-feira passada, quando Maria Eduarda levou 3 picadas na mão na casa onde morava, no bairro São Francisco, e morreu 18 horas depois.

Ela recebeu o soro antiveneno, mas tarde demais, segundo reclamaram os pais.

O soro foi ministrado cerca de 3 horas após a picada. A menina sofreu paradas cardiorrespiratórias e hemorragia pulmonar, dado o efeito do veneno.

A família reclamou da demora na aplicação do soro e também do atendimento dado pelo Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência), que não fez o transporte da criança até a unidade de saúde do bairro Coronel Antonino, onde ela chegou meia hora depois de ser picada, já com fortes dores e vômito.

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