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Capital

Revolta e emoção marcam velório de agente penitenciário morto a tiros

Nadyenka Castro e Paula Maciulevicius | 18/11/2011 19:48

“Se um agente é morto com uma ponto 40 a população deve pensar, e eu?”, diz Fernando Anunciação, presidente do sindicato que representa a categoria, referindo-se ao sentimento de insegurança que muitos cidadãos devem estar sentindo

Emoção marca velório de agente penitenciário morto com dois tiros. (Foto: João Garrigó)
Emoção marca velório de agente penitenciário morto com dois tiros. (Foto: João Garrigó)

Revolta e emoção marcaram o velório do agente penitenciário Hudson Moura da Silva, 34 anos, que morreu na manhã desta sexta-feira, 18 dias após ter sido ferido por dois tiros no portão do presídio de regime aberto, onde era lotado.

“Se um agente é morto com uma ponto 40 a população deve pensa e eu?”, diz Fernando Anunciação, presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária), referindo-se ao sentimento de insegurança que muitos cidadãos devem estar sentindo pelo fato de um servidor pública ter sido assassinado com uma arma de calibre de uso exclusivo da Polícia.

A família de Hudson não permitiu a presença da imprensa no interior da capela onde o corpo era velado. Mas, do lado de fora, era possível perceber a emoção que tomou conta do velório.

Quem chegava estava com os olhos cheios de lágrimas. Parentes e colegas de trabalho: todos chorando muito e revoltados, em especial aqueles que dividiam com Hudson a função de manter encarceradas pessoas que fizeram mal à sociedade.

“Ainda quantos vão precisar morrer? Com quantos precisa acontecer isso para fazer alguma coisa”, questiona uma agente penitenciária que preferiu não se identificar.

O presidente do sindicato que representa a categoria, lembra que Hudson morreu no mesmo horário em que foi baleado, no dia 31 de outubro, cobra empenho da Polícia Civil para esclarecer o homicídio e acredita que o assassinato tenha sido encomendado por presidiários.

Fernando Anunciação diz ainda que os agentes pretendiam fazer uma manifestação hoje, mas, a família de Hudson não aceitou, e que os próprios servidores encontraram próximo ao local onde houve o crime um projétil, sujo de sangue, e entregaram à Polícia.

Conforme o sindicalista, a classe irá fazer um documento que será entregue ao secretário de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini e ao governador André Puccinelli (PMDB) pedindo empenho para o esclarecimento do crime.

Para outro agente penitenciário que também não quis se identificar, Hudson morreu porque era honesto. “Foi um atentado contra a segurança pública”, fala o trabalhador. Para ele, o assassinato foi uma retaliação do crime organizado porque a vítima deve ter feito algo honesto que prejudicou a facção. “Ninguém ataca se não for incomodado”.

Há 25 anos trabalhando na Agepen, Maurides Tenório Cavalcante, 53 anos, declara que convivia com Hudson e que ele era um “homem de ética”. Ela também acredita que ele tenha morrido porque pode ter prejudicado o crime organizado.

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