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Capital

Rodeada por terrenos abandonados, comunidade reclama de descaso

Paula Vitorino | 09/02/2012 10:47

Área com quatro terrenos fica no bairro Vila Carlota. Proprietário diz que terrenos estão em processo judicial

Prédio e terreno abandonados na Rua da Coroa. (Fotos: Paula Vitorino)
Prédio e terreno abandonados na Rua da Coroa. (Fotos: Paula Vitorino)
Terreno ocupa a esquina da rua da Rupia e causa transtornos para moradores.
Terreno ocupa a esquina da rua da Rupia e causa transtornos para moradores.

Com medo de não saber o que o mato alto pode esconder, os moradores da Vila Carlota, em Campo Grande, reclamam da insegurança e dos bichos causados por terrenos abandonados ao redor.

“Minha filha vem da faculdade 23h30 e tem que me ligar para eu ficar esperando ela na frente de casa. Fico cuidando se não tem alguém escondido nesse mato”, conta a moradora Cirlene Dussel Rodrigues, de 48 anos.

O terreno ocupa toda a esquina das ruas da Rupia e da Coroa. A moradora ainda afirma que a sensação de insegurança é constante e que várias residências da região já foram assaltadas.

“A minha só não foi assaltada porque eu não saio de casa, porque se sair eles entram”, diz.

A vizinha Ana Carolina de Castro, de 27 anos, conta que teve a residência assaltada no ano passado e acredita que o mato dos terrenos ao redor possa servir de esconderijo para bandidos.

“Coloquei cachorro em casa e a gente vive como se estivesse preso em celas dentro de casa. causa insegurança essa situação”, frisa.

Quase em frente ao terreno da esquina, na rua da Coroa, dois terrenos abandonados, sendo um deles com um prédio inacabado, também é motivo de transtornos.

Rodeada pelos dois terrenos, a moradora Rosimeire Queiroz, de 47 anos, diz que além da insegurança, o mato alto é responsável por esconder diversos bichos. “Ratazana, barata e até lagarto vivem aparecendo. É um risco que a gente corre”, frisa.

Ela conta que mudou para o local em 1995 e lembra que desde então os terrenos abandonados são um problema. “Se limparam três vezes é muito”, frisa.

O jeito encontrado por ela para impedir que o mato tome conta também de sua casa foi mandar cortar a vetegação ao redor da área. Os moradores ainda reclamam que durante o verão o matagal é alto e no período de seca são constantes os incêndios.

“Uma vez tiveram que chamar os bombeiros para apagar as chamas, porque o fogo tava chegando perto das casas vizinhas”, diz.

Uma moradora que não quis se identificar ressalta outro problema causado pelos terrenos: a falta de visibilidade para os motoristas. Ela explica que o condutor não consegue ter visão na esquina do cruzamento.

“Para atravessar a da Rupia é complicado, você não consegue enxergar direito os veículos que estão vindo porque o mato cobre tudo”, diz.

Os moradores afirmam que já denunciaram o problema várias vezes à Prefeitura. A dona de casa Cirlene afirma os agentes multaram por diversas vezes o proprietário, mas que mesmo assim o problema continua.

Solução - As duas áreas, que somam quatro terrenos, são de propriedade do também morador da região, o aposentado Avelino Fernandes dos Santos, de 70 anos.

Ele diz que infelizmente é proprietário das áreas, mas explica que os terrenos são parte de um processo de inventário que corre na Justiça e por isso estão abandonados. “Precisamos do alvará do juiz para passar de vez o contrato dos terrenos”, diz.

As áreas já foram divididas entre os herdeiros, mas falta o alvará do juiz para os beneficiados tomarem posse. Enquanto isso, as áreas acumulam multas da Prefeitura por conta do abandono.

O processo corre na Justiça há cerca de 12 anos, depois da morte da esposa de Avelino, que é aposentado por invalidez.

Mas o proprietário garantiu que em no máximo quatro meses a área da esquina será “limpa” para a construção de imóveis no local. “Uma construtora já comprou a área”, afirma.

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