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Capital

Santa Casa acumula déficit de R$ 71,8 milhões após 7 anos sob intervenção

Aline dos Santos | 04/04/2013 10:03
Justiça mandou que hospital volte para entidade em maio deste ano. (Foto: João Garrigó)
Justiça mandou que hospital volte para entidade em maio deste ano. (Foto: João Garrigó)

O sétimo e último ano de intervenção na Santa Casa de Campo Grande fechou com as contas no vermelho. De acordo com o balanço de 2012, realizado pela Altercont Auditoria e Consultoria, o déficit acumulado cresceu 28%, chegando a R$ 71,9 milhões. No exercício de 2011, o valor era de R$ 56,1 milhões. O déficit corresponde à diferença entre o total arrecadado e as despesas.

Já a dívida no ano passado atingiu R$ 85,6 milhões. Em 2011, balanço da KPMG Auditores Independentes apontou débitos de R$ 84,2 milhões. A dívida do hospital, o maior de Mato Grosso do Sul, é formada por empréstimos, tributos, tributos parcelados, salários, fornecedores.

Em contrapartida, a receita da instituição hospitalar cresceu 37%, passando de R$ 142 milhões em 2011 para R$ 195 milhões no ano passado. O repasse do SUS (Sistema Único de Saúde) aumentou 34%: de R$ 130 milhões para R$ 174 milhões. No ano passado, o hospital recebeu R$ 351.534 em doações.

Na UTI – Conforme o balanço, o hospital depende de uma série de medidas para retomar a saúde financeira. “A continuidade normal da entidade dependerá sobremaneira de aportes financeiros, da redução significativa dos custos e despesas operacionais e da efetiva manutenção e monitoramento sobre o plano de reestruturação financeira operacional, que vem sendo adotada pela junta interventora nos últimos exercícios”, informa o documento.

O levantamento identificou problemas como ausência de controles internos sobre empréstimo de materiais e medicamentos, que possibilitem a aplicação de procedimentos de auditoria para assegurar a adequação dos saldos contábeis. Também há diferença de R$ 350 mil no saldo contábil de fornecedores de próteses e diferença de R$ 395 mil no saldo contábil de convênios a receber.

Conforme a auditoria, a administração do hospital enfrenta uma série de empecilhos: vencimento em curto prazo dos empréstimos, dificuldade de geração de caixa e redução do capital circulante.

O plano – A exemplo de 2011, o levantamento volta a citar a situação de incerteza quanto ao plano “Santa Casa Saúde”, que foi vendido para a Unimed Cooperativa de Trabalho Médico de Campo Grande. A transação está em discussão judicial.

Desta forma, a entidade presta o serviço aos conveniados e recebe as mensalidades. O convênio entre a ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), que administrava o hospital antes da intervenção, e a Unimed foi firmado em 22 de setembro de 1998.

Na ocasião, ficou determinado que a comercialização do plano de saúde deveria ser suspensa a partir de outubro de 1998; a carteira de contratos deveria ser transferida para a Unimed de Campo Grande, porém, a migração estava condicionada se o plano alcançasse mínimo de 20 mil usuários. No fim de 2012, o plano contava com 1.861 pessoas.
A Justiça determinou que o comando da Santa Casa volte para a ABCG a partir de 17 de maio.

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