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Capital

Santa Casa deixa de transplantar dois rins por falta de medicamento

Nícholas Vasconcelos | 18/01/2013 16:54
Santa Casa deixou de fazer transplante de rins por falta de medicamento que evita rejeição. (Foto: João Garrigó)
Santa Casa deixou de fazer transplante de rins por falta de medicamento que evita rejeição. (Foto: João Garrigó)

A Santa Casa de Campo Grande deixou de fazer duas cirurgias de transplante de rim por falta de um medicamento considerado essencial para o procedimento. De acordo com a Central de Transplantes de Mato Grosso do Sul, há dois dias as equipes responsáveis pelos transplantes estavam envolvidas na realização do procedimento, que precisou ser abortado pela falta do medicamento Simulect e da substância timoglobulina.

“Não podemos correr o risco de fazer o transplante e o paciente sofrer rejeição”, explicou a responsável pela Central, Claire Miozzo.

Como o rim era de um doador morto, duas pessoas seriam atendidas pelo transplante. Hoje a fila de espera é de 393 em Mato Grosso do Sul e a Santa Casa é o único hospital do Estado que faz esse tipo de cirurgia.

A cirurgia de retirada foi hoje pela manhã e neste sábado (19) os pacientes que receberiam os rins viriam do interior para Capital para receber os órgãos.

“É extremamente frustrante porque conseguimos o mais difícil, que é o doador, e não pudemos fazer”, desabafou a responsável. Com a negativa aqui, os rins tiveram de ser ofertados para a Central Nacional de Transplantes e serão enviados para doadores de fora de MS, conforme a orientação do Ministério da Saúde.

Claire disse que desconhece o motivo da falta dos remédios, já que o hospital informou apenas que eles não estão disponíveis.

O Campo Grande News apurou que cada ampola do Simulect custa cerca de R$ 7,5 mil. O medicamento precisa ser administrado no dia do transplante e no quarto dia após o procedimento cirúrgico. O medicamento pode ser substituído pela timoglobulina.

Apesar do alto preço, o Governo Federal reembolsa os valores gastos em procedimentos com transplantes. Como somente a Santa Casa realiza esse tipo de procedimento, não há como solicitar empréstimo para outra unidade hospitalar.

Conforme a fonte ouvida pela reportagem, o medicamento não foi comprado por falta de previsão.

“Alguém falhou, mas não pode ter falha porque compromete o trabalho de toda aquela equipe”, disse a pessoa que pede para não ser identificada.

A reportagem entrou em contato com a Santa Casa, mas não obteve retorno quanto a falta dos dois remédios.

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