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Capital

Santa Casa investiga 2 médicos por cobrar propina para realizar cirurgia

Jéssica Benitez e Aline dos Santos | 18/07/2013 11:49
Em coletiva de imprensa, Teslenco anuncia investigação sobre esquema na Santa Casa (Foto: Marcos Ermínio)
Em coletiva de imprensa, Teslenco anuncia investigação sobre esquema na Santa Casa (Foto: Marcos Ermínio)

O presidente da Santa Casa de Campo Grande, Wilson Teslenco, anunciou, na manhã desta quinta-feira (18), a abertura de sindicância para apurar a participação de dois médicos no suposto esquema de cobrança de propina para a realização de cirurgia cardíaca pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Nenhum nome foi citado O assunto veio à tona ontem após o auxiliar, João Alberto Sores, 55 anos, ser demitido do hospital por justa causa.

Segundo Teslenco, não há provas documentais contra o funcionário, porém, o endereço dele consta no prontuário médico do paciente paraguaio, Cláudio Ramires, operado irregularmente. Mesmo sem revelar identidade dos médicos investigados, à imprensa João relatou que o cardiologista João Jazbik Neto está entre os suspeitos. A informação não foi confirmada oficialmente. A sindicância pode resultar em advertência, suspensão ou demissão.

Caso – Oriundo do Paraguai, Cláudio foi operado na Santa Casa no ano 2000 e no início de 2013 teria retornado à unidade em busca de orçamento para fazer outra operação. Depois de saber o valor, o paraguaio não foi mais visto. Algum tempo depois, ele foi encontrado internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital, ninguém soube explicar como e quando isso ocorreu.

Na ocasião constatou-se que o endereço que constava no prontuário era o mesmo do funcionário João Soares. O auxiliar, por sua vez, nega que tenha cobrado para agilizar o implante de prótese valvar e diz que cedeu o endereço “por benevolência” ao paciente.

O fato é que Cláudio deu entrada pelo Pronto Socorro enquanto, na verdade, era um paciente “branco”, ou seja, não se enquadrava em urgência e emergência. Portanto, deveria ser atendido pela rede pública de saúde municipal, em unidades de pronto atendimento.

De acordo com o diretor técnico do hospital, Luis Alberto Hiroki Kanamura, estrangeiros que estão passeando no Brasil só podem passar por cirurgia cardíaca se sofrerem infarto ou situação de real urgência. Eles informaram, ainda, que novas denúncias sobre João chegaram à direção e já estão sendo apuradas. A participação da Polícia Federal, porém, não foi cogitada.

“A demissão deve servir de exemplo. A Santa Casa tem dono, não no sentido pejorativo, mas no sentido de ter ordem”, disse Teslenco. Ele ressaltou que a apuração deve continuar, mas admitiu ter dificuldade em identificar esquemas como este. “Geralmente vem à tona quando algo não dá certo ou quando dá certo e o paciente suspende o pagamento”, avaliou.

A direção não soube informar quantas pessoas aguardam pela mesma cirurgia na fila de espera porque tal informação fica com a prefeitura.

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