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Capital

Se você sente calor, imagine os totós e miaus

Luciana Brazil | 31/10/2012 21:05
Filhote de spitz alemão é tosado e fica com pelo só na cabeça.
Filhote de spitz alemão é tosado e fica com pelo só na cabeça.

Com temperaturas de quase 40°C em Campo Grande os animais passam a receber cuidados especiais para suportar os dias quentes. Cães e gatos estão na lista dos que mais necessitam de tratamentos exclusivos.

Cobertos com muito ou pouco pelo, a temperatura corporal dos cães varia entre 38 e 39°C. Com o calor que tem feito na cidade, essa variação pode alcançar facilmente os 40°C. Os gatos também registram os mesmos índices.

Raças específicas de cães, como boxer, pug e bulldog inglês, podem até morrer por causa do calor, senão receberem os devidos cuidados, segundo os veterinários.

“As raças bradicefálicos, que possuem o focinho curto, precisam de ambientes muito refrigerados, em especial o bulldog, que nesse clima precisa ficar ou no ar condicionado ou com um ventilador”, explicou a veterinária Karina Naito.

Conforme a especialista, com o calor, essas raças podem sofrer timpanismo, evento onde o cão hiperventila e enche o estômago de ar, morrendo por insuficiência respiratória. Ela explica que cães e gatos fazem a troca de calor pela mucosa bucal, o que para nós humanos seria o suor.

Ao lado dos cães, Luiza espera que com a tosa eles não sofram tanto com o calor.
Ao lado dos cães, Luiza espera que com a tosa eles não sofram tanto com o calor.
Karina Naito lembra que os cães podem diminuir a alimentação durante o calor intenso.
Karina Naito lembra que os cães podem diminuir a alimentação durante o calor intenso.

Com o aumento da temperatura corpórea por causa dos dias quentes, os cães ampliam a troca de calor, provocando uma respiração ofegante e aumentando a pressão diafragmática. “Por causa da pressão, o cão não consegue respirar e morre”.

Os veterinários salientam que as raças mais peludas ou mais gordas sofrem mais com o aumento dos termômetros. As dicas para manter os animais de estimação bem protegidos, vão desde água de coco, até bebidas isotônicas.

“Como está muito quente é importante hidratar o animal e dependendo da situação o cão pode tomar água de coco duas vezes por semana, ou ainda, gatorade, que repõem líquidos e sais minerais”, destaca Karina.

A veterinária explica que a quantidade precisa ser ministrada com cautela e depende do tamanho e necessidade do animal.

Além de muita água, a veterinária Juliana Marcondes Rezende, 38 anos, adverte sobre os males do sol. “É importante mantê-los tosados, com água e que tenham um abrigo para se esconder do sol. Tem gente que deixa o animal o tempo inteiro no sol e ele pode morrer”.

Gatos gostam de água fresca e muitos se refrescam direto da torneira, quando os donos permitem. Por isso, para eles a troca de água deve ser ainda mais constante.

As recomendações passam ainda por não deixar cães presos dentro de casa, trocar a água da vasilha a cada três horas e não se preocupar se o animal passar a comer um pouco menos. “Eles não vão comer durante o dia porque está muito quente, e até a noite vão diminuir a alimentação”.

O passeio com os bichanos está liberado, mas os veterinários salientam que eles sejam feitos em horários mais frescos. Já os banhos podem ser dados sem restrição.

Janete coloca gravatinha no cão que foi para clínica tomar banho.
Janete coloca gravatinha no cão que foi para clínica tomar banho.

Juliana explica que é essencial observar a hidratação dos cães. "Quando eles veem tomar banho ficam ansiosos com a chegada dos donos e não bebem água. Por isso, algumas raças, como o são bernardo, não devem vir para a clínica com esse clima".

Tosa: A quantidade de animais que vai para banho e tosa nas clínicas veterinárias cresceu significativamente nos últimos dias. “Só hoje eu tosei cinco cães e um gato persa. E isso só eu. As outras funcionárias atenderam outros animais”, contou Janete Aparecida Marcelino, 31 anos, funcionária de uma clínica.

Dona de um spitz alemão e de um poodle, a estudante Luiza Gnoatto, 22 anos, não pensou duas vezes na hora de levar o filhote de um ano para a tosa. “Está muito quente e ele estava sofrendo com o calor”, disse se referindo ao spitz. A estudante garante que tenta aliviar o calor dos animais quando estão em casa.

As aves se adaptam ao clima, já bichinhos mais sensíveis, como o coelho, podem morrer facilmente, ressaltam os veterinários.

Raças com pelos mais curtos, como dálmata, sofrem menos com os dias quentes.
Raças com pelos mais curtos, como dálmata, sofrem menos com os dias quentes.
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