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Capital

Segurança morto com soco não tinha problemas de saúde, diz família

Ricardo Campos Jr. | 19/03/2011 12:02

Parentes clamam por justiça no caso

“Ele era alegre, brincalhão, tinha um monte de amigos”, disse a mãe.(Foto: Ricardo Campos Jr.)
“Ele era alegre, brincalhão, tinha um monte de amigos”, disse a mãe.(Foto: Ricardo Campos Jr.)

A família do segurança Jeferson Bruno Escobar, 23 anos, afirma que o rapaz não tinha qualquer problema de saúde que pudesse ter facilitado a morte do jovem após ter levado um soco no peito, na madrugada deste sábado, em um bar localizado na avenida Afonso Pena. Parentes e amigos aguardam o resultado da necropsia e clamam pela punição do responsável pelo crime.

“Meu filho saiu bem de casa para trabalhar e vou receber ele no caixão. Todo mundo está revoltado. Ele era muito querido. A gente quer justiça. Meu filho estava trabalhando”, diz a cozinheira Selma Gomes Vieira, 40 anos, mãe do segurança.

Ela conta que Jeferson era um rapaz cheio de planos. Havia começado a cursar direito em uma universidade particular da Capital, a qual pagava com o dinheiro do trabalho como segurança, que trancou após a compra do primeiro veículo, há 2 meses. “Nem desfrutou do carrinho dele”, disse a mãe.

A meta de Jeferson era terminar a faculdade e prestar concurso público para a carreira de policial.

O jovem vivia e cuidava da avó idosa em uma casa próxima a da mãe, a qual freqüentava diariamente. Selma lembra que viu o filho pela última vez na noite de ontem (19), pouco antes de ir trabalhar. Hoje, ele havia prometido jantar na casa dela durante reunião de família, já que parentes de Minas Gerais e Aquidauana visitavam a cidade.

“Ele era alegre, brincalhão, tinha um monte de amigos”, disse a mãe.

Apesar de clamar por justiça, Selma afirma não confiar na punição do responsável. “A justiça é lenta. Para pobre não existe. Mas da justiça de Deus ele não está livre. Tirou meu filho na flor da idade”, disse a mãe.

O corpo de Jeferson ainda está no IMOL (Instituto Médico Odontológico Legal). Tão logo seja liberado a família será informada pela empresa funerária a respeito do velório e enterro.

O caso - Christiano Luna de Almeida, 23 anos, é lutador de jiu-jítsu, segundo informações da Polícia, e se envolveu em uma confusão durante a madrugada na casa noturna. Jeferson, acompanhado por outros seguranças, foi levar o rapaz para fora do estabelecimento.

Jeferson foi morto com um soco no peito, durante o trabalho, em uma casa noturna na avenida Afonso Pena. (Foto: arquivo da família)
Jeferson foi morto com um soco no peito, durante o trabalho, em uma casa noturna na avenida Afonso Pena. (Foto: arquivo da família)

De acordo com a Polícia, Christiano se descontrolou e deu um soco no peito de Jeferson. Uma equipe do Samu (Serviço Móvel de Urgência) chegou a ser encaminhada para tentar socorrer o rapaz, que não resistiu.

Dependendo da força e região em que é aplicado, segundo avaliação policial, o golpe pode ser mortal.

O rapaz fugiu do bar após o crime e acabou localizado por uma equipe do Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Policiais Especiais) na casa dele, no bairro Chácara Cachoeira.

Levado até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro foi indiciado por lesão corporal seguida de morte.

Defesa - O advogado de Christiano, Abdalla Maksoud Neto, afirma que o cliente estava “muito bêbado” e apenas se defendeu sem a intenção de matar. Segundo ele, o jovem é recém formado em Direito e tem emprego no serviço público, mas não soube dizer em qual órgão.

“Todos dizem que o segurança estava sobre o Christiano, que para se desvencilhar do cara, que era muito maior do que ele deu um soco”, garante. Abdala considera o caso “uma fatalidade”. “Ninguém quer matar ninguém dando um soco, não é?”

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