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Capital

Sem funcionário, centro para atender turista é tomado pelo mato e lixo

Elverson Cardozo | 28/09/2013 09:22
Arquitetura chama a atenção, mas local está largado. Até a placa de identificação foi retirada. (Foto: João Garrigó)
Arquitetura chama a atenção, mas local está largado. Até a placa de identificação foi retirada. (Foto: João Garrigó)
Dentro do quiosque, há móveis, mas local não está funcionando. (Foto: João Garrigó)
Dentro do quiosque, há móveis, mas local não está funcionando. (Foto: João Garrigó)

Inaugurado pelo ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB), em 11 de setembro de 2007, o Centro de Atendimento ao Turista José Maria Tortarelli (Juca), localizado às margens da BR-262, na entrada do Jardim Noroeste, na saída para Três Lagoas, em Campo Grande, está abandonado.

O local, construído para ser ponto de informação aos visitantes que chegam à Capital, está “jogado às traças”, sujo e tomado pelo mato. O quiosque está sem atendentes, segundo relatos, há pelo menos 1 ano.

Gerente de uma transportadora localizada na esquina, Murilo Guilherme Araujo, de 22 anos, contou que “há muito tempo atrás uma pessoa ficou poucos dias trabalhando”.

Depois disso, ninguém mais apareceu, afirmou. Atualmente, só a polícia dá as caras por lá. Um ou dois guardas fazem a segurança do espaço durante a noite.

“É bom porque eles cuidam de todas as empresas aqui da região”, comentou, ao dizer que, para ele, o atendimento fornecido pelo Centro não faria diferença. Mas o abandono, ressaltou, é injustificável.

Prova de que o local merece uma atenção maior do poder público é a procura dos visitantes. Por mês, Murilo, que trabalha ao lado, diz atender, em média, 8 turistas. Sem alternativa, eles vão à transportadora em busca de informação.

Em e-mail ao Campo Grande News, o turista Willian Mendes, que reside em Bauru, no interior de São Paulo, comentou a situação:

“Em uma passagem por Campo Grande, me deparei com algumas placas na entrada desta bela cidade, avisando que logo a frente havia um posto de atendimento ao turista, mas ao chegar no local, situado na saída para Três Lagoas, me deparei com uma bela arquitetura, porém notei que estava abandonado, sem qualquer atendimento ou prestação de serviço. Fico muito triste”.

Vizinho do Centro, o proprietário de uma borracharia, Maurício Sérgio Modesto, 42 anos, nunca fez o papel de atendente, como ocorreu com Murilo, o rapaz da transportadora, mas confirma que o local foi deixado de lado. “Não tenho visto ninguém trabalhando aí”, disse.

Moradora, Rosana Lemes, confirma que o espaço está abandonado. (Foto: João Garrigó)
Moradora, Rosana Lemes, confirma que o espaço está abandonado. (Foto: João Garrigó)

Ele também reclama do abandono e diz que a Prefeitura “jogou dinheiro fora”. “Com certeza gastaram uma fortuna e agora fica aí, largado”, considerou.

Moradora de uma casa que fica no fundo do Centro de Atendimento, Rosana Lemes dos Santos, 29 anos, também confirma que, apesar de estar fechado, “sempre tem guarda, principalmente à noite”.

A segurança é uma vantagem, mas o lixo e o mato alto põem em risco a saúde dos moradores. Rosana tem 7 filhos, mas não deixa nenhum sair para rua porque tem medo, primeiro, dos acidentes na rodovia e, depois, teme que a área esconda algum bicho perigoso. “Pode ter cobra, escorpião, algo do tipo”, supôs.

Desativado - A assessoria de imprensa informou que, de acordo com a secretária da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Turismo e do Agronegócio), Dharleng Campos, o CAT da BR-262 foi desativado em 2011. O fechamento foi motivado pela baixa frequência de turistas no local, tornando o espaço, segundo o órgão, “oneroso devido ao não aproveitamento”.

Um projeto, da Sedesc em parceria com a Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), prevê o funcionamento, no local, de um Centro de Referência do Turismo Rural.

Para isso, informou a Prefeitura, está sendo aguardada a posse da nova diretoria do Comtur (Conselho Municipal de Turismo). A posse ocorreu nesta semana. A partir daí será feito um levantamento para definir a melhor forma de utilização do espaço.

Quando à limpeza da área, que está tomada pelo mato, a assessoria informou que a programação já está na agenda da Seintrha (Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação), mas não divulgou data.

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