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Capital

Com atendimento devagar e sem médicos, pacientes reclamam em posto de saúde

Mariana Lopes | 02/06/2012 10:09

No Tiradentes, pacientes esperavam consulta por mais de três horas, enquanto as salas dos médicos estavam vazias

Corredor do posto de saúde Tiradentes, na tarde desta sexta-feira (Foto: Mariana Lopes)
Corredor do posto de saúde Tiradentes, na tarde desta sexta-feira (Foto: Mariana Lopes)

Posto de saúde cheio, pacientes pelos corredores aguardando consulta médica e o atendimento lento. Segundo uma das enfermeiras que estava de plantão na tarde desta sexta-feira (1), havia três médicos para atender os pacientes que estavam no posto de saúde, porém, era comum as salas dos médicos plantonistas estarem vazias.

Marcos Aurélio Monfort, 42 anos, chegou à unidade às 14h, com o "pulmão queimando, com dor para respirar e febre interna", como ele próprio descreveu. Após passar pela triagem e relatar os sintomas, ele ficou no corredor aguardando ser chamado para a consulta. Por volta das 17h30, ao perceber que os médicos não chamavam mais pacientes, ele foi em busca de informação.

Ao questionar a mesma enfermeira sobre a demora, ela mostrou a Marcos uma escala dos médicos que estavam atendendo e, em tom ríspido e irônico, disse que a ficha dele não era prioridade e ele teria que aguardar. Quando Marcos tentou argumentar que estava realmente passando mal e com febre, a enfermeira disse que essa informação não batia com o que ele havia dito na triagem.

"O senhor quer que a gente adivinhe o que está sentindo?", foi a resposta que ele recebeu da enfermeira, antes de, sem outra escolha, voltar ao corredor, sentar e aguardar ser chamado por algum médico que estava em qualquer lugar do posto de saúde, menos na sala de consulta.

Silvia Regina Rodrigues Pereira, 29 anos, também estava no posto Tiradentes desde às 14h. Os sintomas eram de gripe, com dor no corpo, na cabeça. Lá pelas 18h, ou seja, cerca de quatro horas de espera, ela também tentou alguma explicação sobre a demora no atendimento, e o que recebeu foi uma resposta atravessa de uma enfermeira. "Ela disse que não tem outro jeito, que agora vou ter que esperar trocar o plantão", conta.

Indignada com a situação, Silvia questionou: "Cadê os médicos: Desde que estou aqui só vi um, o outro chamou um paciente só e nunca mais", denuncia.

Ao lado dela, com o pé e as mãos inchados, Jéssica de Lima, 20 anos, também aguardava. Ela caiu da escada durante o expediente e foi ao posto para fazer raio-x e ser medicada. "Passei pela triagem, meu caso é urgência, mas já faz umas duas horas que estou aqui", diz.

Quando ela chegou, às 16h, a enfermeira disse que um dos médicos estava atendendo uma criança com convulsão que havia dado entrada no posto de saúde. Porém, segundo os pacientes que aguardavam consulta, esse argumento estava sendo dado desde o início da tarde.

Grávida de sete meses, Dayane esperava por atendimento por mais de três horas (Foto: Mariana Lopes)
Grávida de sete meses, Dayane esperava por atendimento por mais de três horas (Foto: Mariana Lopes)

Com o braço e o ombro ralados, Guilherme Vignoli, 27 anos, caiu de moto e foi para o posto de saúde para fazer curativo. Ele chegou ao local às 15h30 e às 18h30 ainda não tinha sido atendido. "Até para darem um papel comprovando que dei entrada aqui está difícil, é uma má vontade que não dá para explicar", aponta.

Dayane Silva de Souza, 20 anos, está no sétimo mês de uma gestação de risco e ontem foi ao posto porque estava sentindo muita cólica. "Cheguei aqui umas três horas e ainda não fui atendida", conta. Segundo ela, não é a primeira vez que isso acontece.

"Quando eles não conseguem resolver aqui, me mandam para o HU. É ruim, mas o que eu vou fazer? Estou com dor e este é o sistema de saúde", diz a gestante.

Sempre que questionada sobre o problema no atendimento em postos de saúde, a assessoria da Prefeitura alega que há déficit no quadro de médicos e que há convocação para melhorar o quadro.

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