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Capital

Sem ter para onde ir, mulher transforma ponto de ônibus em moradia

Viviane Oliveira | 07/12/2011 00:20

Segundo ela, veio para Campo Grande em fevereiro do ano passado para trabalhar em um buffet que acabou fechando as portas

Fátima mora há três semanas no ponto de ônibus, ao lado do posto de saúde do bairro Guanandi. (Foto: João Garrígó).
Fátima mora há três semanas no ponto de ônibus, ao lado do posto de saúde do bairro Guanandi. (Foto: João Garrígó).

“Eu preciso de um trabalho e um lugar para morar.” A frase resume o que mudaria a vida de Fátima Aparecida Rosa, que há três semanas está vivendo em um ponto de ônibus, na avenida Manoel da Costa Lima, ao lado do posto de saúde no bairro Guanandi, em Campo Grande.

Fátima diz ser chefe de cozinha. Segundo ela, nasceu no Rio de Janeiro e veio para Campo Grande em fevereiro do ano passado para trabalhar em um buffet. Fátima conta que morava na casa dos patrões em um condomínio afastado da cidade e que não se recorda do nome do bairro.

Ela tem problema de circulação e por conta disso está com as duas pernas inchadas. Desde quando chegou à cidade já foi internada quatro vezes por conta da doença, contou.

No último mes, quando saiu do hospital, descobriu que a empresa em que trabalhava havia fechado. Ela relata que os patrões disseram que estavam passando por momentos difíceis e que um pastor conhecido da família iria buscar Fátima para trabalhar na casa dele.

Sem ter para onde ir, passou a morar no ponto de ônibus. “Liguei uma vez para o pastor, ele disse que viria me buscar. Na segunda vez que eu liguei o celular já estava desligado e agora não consigo falar mais, afirma.

Já houve tentativas de encaminha-lá para o Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante), mas ela afirma que não quer morar em um abrigo público "para ser humilhada".

A mulher conta que já passou dois dias sem comer e que vive de doações de quem passa pelo local. “Tomo banho na casa de uma senhora que passou por aqui e conheceu a minha história”.

Fátima disse que nesse tempo que está morando na rua já foi maltratada várias vezes por parte de autoridades, descaso de assistentes sociais e de hospitais por onde já passou para fazer tratamento.

Com toda dificuldade que está vivendo ela afirma que não quer ir para Belo Horizonte (MG), onde a família mora. “Quero conseguir um emprego e viver aqui”, finaliza.

No ponto de ônibus, Fátima aproveita a cobertura para escapar do sol e da chuva. Ela dorme nos dois bancos e usa as duas malas como travesseiro.

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