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Capital

Senador do MT cita 'policiofobia' e diz que Coreia mereceria uma medalha

Nyelder Rodrigues | 22/02/2017 23:55
Coberto com toalha, PRF deixa presídio no dia 1º de fevereiro e desde então está com tornozeleira eletrônica (Foto: André Bittar/Arquivo)
Coberto com toalha, PRF deixa presídio no dia 1º de fevereiro e desde então está com tornozeleira eletrônica (Foto: André Bittar/Arquivo)

A morte do empresário Adriano Correia do Nascimento, de 32 anos, atingido por um disparo feito pelo policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, no dia 31 de dezembro de 2016, segue levantando discussões. Dessa vez, o caso foi relatado no Senado pelo parlamentar mato-grossense José Medeiros (PSD).

O fato aconteceu na terça-feira (21), quando a CCJ (Comissão de Cidadania e Justiça) analisava e sabatinava o ex-ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, indicado para o cargo de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). O vídeo com a fala do senador pode ser visto ao final da matéria.

Enquanto discursava, José Medeiros citou que existe no Brasil uma cultura de 'policiofobia'. "A gente sente que todo mundo quer segurança, mas ninguém quer ser investigado, todo mundo quer segurança no trânsito, mas ninguém quer multa", disse.

Em seguida, ele reclamou que a sociedade criminaliza a atuação policial e citou como exemplo o caso de Coreia, apelo de Ricardo Hyun. "O que aconteceu em Mato Grosso do Sul, se acontecesse no Estados Unidos, o policial ganharia uma medalha".

Medeiros ainda completou que Adriano estava bêbado e drogado, indo de um meio-fio a outra na avenida onde transitava, situação percebida por Hyun, que estava indo para o trabalho e resolveu abordar a camionete.

"Ele ligou para a PM e pediu reforço. Nisso o cidadão avançou com camionete em alta velocidade, o policial atirou para ver se parava, não conseguiu", conta o mato-grossense aos parlamentares do Senado. Em seguida, ele ainda frisa que o empresário bateu e quebrou um poste, dizendo que isso demonstra "como ele tinha atentado contra o policial".

No fim do vídeo, Medeiros ainda reclama da prisão de Hyun e que ele foi "execrado pela sociedade", sendo que agora "está tirando o que não tem" para conseguir pagar advogados. "Essa é a situação que os policiais vivem hoje, agir para defender a sociedade e se arrebentar ou não agir. Esse é o dilema", finaliza.

Medeiros é policial rodoviária federal e entrou no Senado como suplente de Pedro Taques, eleito governador do MT (Foto: Agência Senado)
Medeiros é policial rodoviária federal e entrou no Senado como suplente de Pedro Taques, eleito governador do MT (Foto: Agência Senado)

José Medeiros - Coincidentemente, Medeiros, que tem 46 anos e nasceu em Caicó (RN), também é policial rodoviário federal. Este é o primeiro mandato parlamentar dele, já que assumiu em 2015 no lugar de Pedro Taques (PSDB), eleito governador do Mato Grosso em 2014. Desde então, ele atuou em várias frentes.

Duas delas foi ao defender o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT) e também a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Gastos Públicos, que limitou o orçamento governamental por 20 anos.

Em dezembro do ano passado, ele se lançou à presidência do Senado, mesmo sem ter apoio do partido, sofrendo uma esmagadora derrota para o peemedebista do Ceará, Eunício de Oliveira - 61 votos a favor de Eunício contra 10 para Medeiros. Apesar disso, à mídia mato-grossense, Medeiros garante que vai concorrer à reeleição em 2018, pelo PSD.

Além disso, o senador do Mato Grosso ficou popular ao postar na rede social Twitter que uma bomba estouraria no STF, horas antes do avião em que estava o ministro Teori Zavascki, cair e todos a bordo morrerem. Ele, com outros senadores, também participou de uma "sabatina informal" em um barco Moraes (substituto de Teori) antes do procedimento oficial.

Entre outras polêmicas, ele também foi acusado pela coluna Painel, da Folha de São Paulo do dia 6 de fevereiro, de ter ido à uma boate em Querência (MT) e em um resort no Rio Grande do Norte, pagos com cota parlamentar. Ele negou o fato.

Atualmente, ele também é alvo de inquérito no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para apurar a necessidade ou não de impugnação do mandato dele, por haver indícios de fraude na convenção da coligação ao qual ele fez parte em 2010, como suplente de Taques.

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